A VIDA QUE REALMENTE IMPORTA

Coluna Semanal

Esse final de semana ouvi uma pessoa dizendo: “Pra que tanta pressa, se o futuro é a morte?” Isso me fez mergulhar em reflexões relacionadas ao ritmo de vida que nos acostumamos a ter. Não estou incentivando, nem criticando o estilo de vida atual, mas gostaria que você me acompanhasse nas próximas linhas.

Para os que não são terraplanistas, a Terra gira a uma velocidade de aproximadamente 1.700 km/h, viajando ao redor do Sol a cerca de 107.000 km/h. No popular é o seguinte: além de rodopiar muito rápido, arrodear o Sol é mais rápido ainda. Por outro ponto de vista, nem é muito, afinal, o dia só tem 24 horas, enquanto o ano só dura 365 dias.

Sendo muito ou pouco, cada um dos 8 bilhões de pessoas que habita esse pequeno ponto azul perdido na vastidão do espaço profundo busca aproveitar a vida da melhor forma possível. Só que o problema está nessa “melhor forma possível”, especialmente quando nos deparamos com a competição desleal de uma vida Instagramável.

Com a temporada de festejos juninos aberta, embarcamos numa maratona de fotos e likes de comidas típicas, roupas quadriculadas e atrações que precisam ser registradas nos stories e marcadas no feed. Nada contra esses costumes, é mais que necessário registrar o que é bom, o que é marcante, mas vamos às perguntas: você lembra da roupa que você usou no ano passado? Melhor, lembra de como seu/sua amado(a) estava vestido nesse mesmo evento? E do sabor da canjica que você postou? Lembra quantos likes recebeu? Isso realmente importa?

A proposta dessa semana não é que você deixe de aproveitar, de postar, curtir ou comentar. Mas que, ao aproveitar, aproveite por completo, porque muitas vezes nos preocupamos muito mais com o que vai estar postado do que com o que estamos vivenciando. Por vezes precisamos lembrar que não estamos numa competição, apesar de alguns insistirem em viver competindo, onde o meu é sempre melhor ou mais bonito.

O que realmente tem valor não tem preço, e é exatamente isso que o faz tão especial. São os momentos não postados, as risadas que não cabem em uma foto, os abraços que não podem ser replicados, e as conversas que se perdem na noite e nos trazem aquela sensação de pertencimento e de estar presente. Aproveitar a vida é mais do que colecionar registros; é acumular memórias que aquecem a alma.

Então, quando o próximo clique for tentador, antes de apertar o botão da câmera, permita-se sentir, saborear e viver. Porque, no fim das contas, é isso que carregamos conosco, não os pixels, mas as experiências que, de verdade, nos transformam.

Author
Professor Tiago Machado

Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.

Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Contador de visitas