Artigo: Relações interesseiras

Coluna Semanal

Você viu que essa semana teremos feriado? (Uhuu...) Mas cai num domingo (Hááá...). Algumas situações deveriam por lei, serem ajustadas. Afinal, quem tem interesse em um feriado no domingo? Vivemos em um mundo onde dependemos cada vez mais um do outro, e no meio corporativo, acabamos assumindo a posição de clientes ou fornecedores. Dependendo dos nossos interesses, seremos super atenciosos com quem queremos fechar uma venda ou buscaremos fornecedores que atendam nossas necessidades da forma mais conveniente possível.

Hoje, tive a oportunidade de passar mais uma raiva no mercado local. Fui numa oficina especializada e quando cheguei lá, o responsável tinha saído. Após aguardar 40 minutos, descobri que a culpa por esperar tanto pelo atendimento, foi minha, pois deveria ter chegado mais cedo. Afinal, o responsável saiu pra resolver as coisas dele e não tinha hora pra voltar (mesmo com a loja aberta). Se eu quisesse, que esperasse por ele, ou agendasse um horário.

A verdade é que todo relacionamento é interesseiro. Além do dinheiro, do status ou da fama, os interesses podem ser os mais diversos, além que me escuta, alguém que me aconselha, além que me alegra, ou até alguém que exige o melhor de mim. Assim, as relações construídas com base no valor agregado desta parceria são chamadas de parceria empresarial (ou aliança estratégica).

Para facilitar o entendimento, considere que as duas melhores confeiteiras da cidade decidem fazer uma aliança estratégica. Esta só será positiva, se os recursos de seu parceiro suprirem carências da sua organização. Se não for dessa forma, pode ter certeza que essa parceria não irá perdurar por muito tempo.

Se a confeiteira A, for especialista em bolos e tiver as mesmas habilidades da confeiteira B, provavelmente, após alguns dias de trabalho, só teremos desentendimentos relacionados a forma de trabalho mais adequada, porque cada uma irá implementar a melhor forma de trabalho, ou melhor, a sua. Entretanto, se a confeiteira A for especialista em bolos, enquanto a confeiteira B for especialista em doces de festa, possivelmente, essa a parceria irá agregar valor para ambas.

Assim, como ocorre na vida, os relacionamentos interorganizacionais irão se consolidar, a partir do momento em que as duas partes vivem uma relação de ganha-ganha, onde em alguns momentos a confeiteira A poderá ganhar um pouco mais, enquanto que em outros pedidos, a confeiteira B terá uma margem de lucro mais vantajosa. Em relação as incertezas dos negócios, os riscos também passam a ser compartilhados, fazendo com que os investimentos sejam minimizados.

Depois de tantas palavras, cercadas de interesses, deixo reflexões sobre quais relações têm agregado na sua vida? Quais deixaram de fazer sentido? Em quais relacionamentos você tem se doado, mas não tem sido correspondido? Ou pior, em quais estão se doando por você e você não tem dado a mínima?

Muitas vezes, o caminho que trilhamos começa com pessoas, que mais a frente não estarão conosco, mesmo assim, precisamos refletir sobre as marcas que deixamos e o valor que agregamos ao longo do caminho, porque a felicidade está na jornada e não apenas no objetivo.

Tiago Silveira Machado

Professor da Universidade de Pernambuco – Campus Salgueiro

Analista da Economia Local (Salgueiro/PE)

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opiniao
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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