Codevasf entrega a Dormentes o primeiro abatedouro de caprinos e ovinos do município

Com investimento de R$ 6 milhões, frigorífico tem capacidade para abater até 200 animais por dia, com técnica que diminui o sofrimento animal. Expectativa é gerar até R$ 4 milhões ao mês para a economia da região

Segundo dados do IBGE, o estado de Pernambuco possui um rebanho de ovinos (ovelhas e carneiros) superior a 3 milhões, sendo o município de Dormentes, o maior produtor, com 330 mil cabeças. Os números refletem a relevância dessa produção para a economia local.

Até hoje, os produtores, para realizarem o abate dos animais corretamente, tinham que se deslocar para outras localidades. Apesar dos caprinos e ovinos serem criados em Dormentes, a certificação do produto era obtida em outros municípios. Isso aumentava o custo para o produtor local, aumentando também o preço da carne para o consumidor.

“Antes para comercializarmos, nossos animais, nós tínhamos que nos deslocar para outras cidades para vendermos nossos produtos. Tínhamos que vender para atravessadores. A chegada do abatedouro mudará para melhor o destino do produtor rural”, celebra o caprinovinocultor Raimundo Pereira.

Com capacidade de abater, em média, 150 a 200 animais por dia, o Abatedouro de Dormentes já recebeu, em maio, a certificação da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro). O equipamento foi submetido a uma série de análises de condições sanitárias antes de receber o alvará de funcionamento. 

Além de abater o animal, no frigorífico serão feitos diversos produtos a partir da carne dos caprinos e ovinos. Linguiça, hambúrguer e sarapatel (prato produzido através das vísceras do animal) são alguns deles, diversificando os produtos dos criadores. “Esse frigorífico será importante para os criadores e para o município, pois esperamos injetar em Dormentes de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões", afirma Jiomacio Macêdo, cessionário do Abatedouro de Dormentes. 

O equipamento conta com estrutura física e tecnológica para garantir a qualidade e higiene da carne. Antes de ser abatido, é realizada no animal uma avaliação para atestar as condições de consumo dos caprinos e ovinos. O abate é feito de forma humanizada e rápida, para atenuar o sofrimento do animal e preservar a qualidade da carne, uma vez que o estresse causado em outras formas de abate afeta diretamente o sabor da carne. 

Curiosidade local

Uma das raças que serão abatidas no frigorífico é a Berganês, que é própria do município de Dormentes e tem ganhado cada vez mais espaço na mesa do consumidor devido ao sabor e textura da carne. O produto rompe as fronteiras do nordeste e hoje é consumida em outras regiões do Brasil e do mundo. O ovino vem do cruzamento das raças Santa Inês e Bergamácia, o resultado é um animal sem lã e de grande porte, chegando a pesar 180 kg, apresentando assim um bom rendimento de carne.

Os estudos vêm sendo realizados desde o final da década de 1980. Mas os produtores locais ainda buscam o registro do animal como uma nova raça. Segundo pesquisadores do campus Petrolina Zona Rural do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), esses animas apresentam aspectos únicos de um grupo racial.

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pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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