Covid-19: Pernambuco vai aplicar dose de reforço a partir de 15 de setembro

Objetivo é ampliar a resposta imune do organismo no público considerado mais suscetível à doença

A Comissão Intergestores Bipartite (CIB-PE), espaço de pactuação que reúne Estado e os municípios pernambucanos, discutiu, na manhã desta quinta-feira (26), a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para as pessoas com imunossupressão e de idosos a partir dos 70 anos. O assunto também foi tema, nesta manhã, do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. O debate aconteceu com base nas informações repassadas pelo Ministério da Saúde (MS). Como o informe técnico, com os dados oficiais, chegou apenas após a reunião, a pactuação ocorrerá em um novo encontro.

Segundo o órgão federal, os indivíduos imunossuprimidos deverão fazer o reforço vacinal a partir do 28º dia após a segunda dose. Já os idosos devem fazer seis meses após a segunda. A expectativa do MS é que a estratégia comece a partir de 15 de setembro. Essa imunização deve ser feita, prioritariamente, com o imunizante da Pfizer. De maneira alternativa, também pode ser usada a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca. O secretário estadual de Saúde, André Longo, frisou que o Ministério da Saúde enviará insumos específicos para essa estratégia e que a ação é paralela à vacinação de primeira e segunda doses.

O objetivo dessa dose de reforço é ampliar a resposta imune do organismo no público considerado mais suscetível à doença, evitando a morbimortalidade. De acordo com o Ministério, a proteção dada pela vacina pode decair ao longo dos meses, sendo necessário ampliar essa resposta imune. O órgão federal ainda frisa que os imunodeprimidos normalmente apresentam resposta reduzida às diferentes vacinas disponíveis no calendário vacinal brasileiro, havendo, inclusive, esquemas de vacinação adaptados para esse público.

“Com o avanço da vacinação nos maiores de 18 anos e a inclusão dos adolescentes de 12 a 17 anos, estamos agora em um momento epidemiológico que é importante avançar em outras medidas para que a comunidade brasileira seja realmente imunizada e protegida de forma adequada. Foi observado que para os idosos acima de 70 anos e os imunocomprometidos graves, eles apresentam uma redução na proteção pós-vacina com o passar do tempo. Isso acontece independentemente da vacina administrada. Com o avançar da variante Delta no Brasil, há a preocupação de garantir que esses grupos mais vulneráveis recebam uma dose de reforço para complementar seu esquema vacinal”, disse o pediatra Eduardo Fonseca, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e membro do Comitê Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19. “Acreditamos que, com a continuidade do esquema em toda a população acima de 18 anos, garantindo a segunda dose para todos, garantindo a extensão dos adolescentes, essa outra orientação irá somar e, assim, será um caminho para controlar a pandemia”, reforçou.

A superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, lembrou que, além desse reforço, ainda é preciso continuar chamando a atenção para a finalização dos esquemas com duas doses. “A gente está preocupado com essa dose de reforço, mas precisamos nos preocupar também com a segunda dose. Atualmente, são mais de 400 mil pessoas com a finalização do esquema vacinal em atraso, de acordo com sistema de informação do Ministério da Saúde. Os municípios precisam ficar atentos a isso, para que possamos chegar às metas estabelecidas em cada grupo prioritário e também na população em geral. Os gestores precisam fazer busca ativa, ir até onde as pessoas estão, para evitarmos bolsões suscetíveis à doença”, ratificou.

O Ministério da Saúde também informou que, a partir de setembro, reduzirá o intervalo entre a primeira e segunda dose das vacinas da Pfizer e Astrazeneca para a partir de oito semanas (60 dias), ao invés de 12 semanas (90 dias). O Estado já havia pactuado a possibilidade da segunda dose da Astrazeneca ser feita a partir de 60 dias a depender de estoque de dose 2 nos municípios.

Essas estratégias foram lançadas a partir da decisão conjunta entre Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 do MS e os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

DISTRIBUIÇÃO DE DOSES

Para equalizar o envio de primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 para os municípios pernambucanos, assim como vem sendo feito pelo Governo Federal entre os Estados, o Programa Estadual de Imunização (PNI-PE) passará a distribuir as primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 proporcionalmente ao quantitativo que falta para cada município. A iniciativa foi pactuada na CIB desta quinta.

Para isso, o Programa, com o auxílio da câmara técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PE), tomou como base o total de pessoas de 18 a 59 anos e de grupos prioritários, excluindo os idosos, de cada cidade e quanto cada uma falta receber de doses. A partir disso, verificou-se quanto a população que restava de cada município representa percentualmente no total de pessoas a serem vacinadas no Estado, para que as próximas entregas sejam realizadas a partir desse percentual. Se determinado município representa 1% da população do Estado que ainda falta receber a primeira dose, por exemplo, ele receberá esse percentual nas próximas entregas de dose 1, até zerar o quantitativo. Se outra cidade representa 12%, ela receberá esse percentual do total de dose recebida para primeira dose pelo Estado a partir de agora.

“Desde o início, nós estamos trabalhando para fazer a entrega das vacinas de forma equânime entre os municípios. Trabalhamos assim nos envios dos grupos prioritários e atuamos para corrigir, junto ao Ministério da Saúde, as estimativas populacionais dos adultos entre 18 e 59 anos. Agora, com essa nova forma de distribuição, vamos conseguir ser mais justos e pagaremos as doses aos municípios que tiveram atualização na estimativa populacional, permitindo que todos avancem de forma igualitária nesta campanha”, disse a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo. A gestora lembra que as segundas doses serão distribuídas de acordo com o que já foi encaminhado de primeira dose.

Anteriormente, todos os municípios pernambucanos recebiam o mesmo percentual de vacinas nas entregas. Se a distribuição era de 10% das doses para determinado grupo, todas as cidades recebiam 10% daquela população do seu território. Finalizadas as entregas dos grupos prioritários da campanha, e feita a correção na base populacional dos adultos de 18 a 59 anos, começa-se a ser feito esse equilíbrio nas entregas, permitindo que todos alcancem a cobertura de 18 aos 59 anos em tempo similar.

Na análise das estimativas populacionais, também foi verificado que alguns municípios já teriam recebido doses a mais. Com isso, foi solicitado que todos analisem sua solicitação e oficializem ao PNI-PE e ao Cosems-PE, para que as doses possam ser redistribuídas entre os demais.

Fonte: PE Contra o Coronavírus

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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