Veja!
Após ser nomeado bispo da Diocese de Crato (CE), Dom Magnus Henrique Lopes, divulgou uma carta de agradecimento à Diocese de Salgueiro. Leia na íntegra:
CARTA À DIOCESE DE SALGUEIRO
Aos Caríssimos Sacerdotes,
Diáconos, Vidas Consagrada e Religiosa, Seminaristas,
Autoridades Constituídas,
E, com especial atenção, ao querido Povo de Deus da tão amada Diocese de Salgueiro, Aos amigos e amigas que, no silêncio dos seus corações, ofertaram a sua vida e suor em prol desta novel Diocese;
“A amizade é também um dom pelo qual devemos estar sempre gratos.” (Papa Francisco).
Passados 11 anos do início do nosso comum pastoreio como primeiro Bispo desta tão querida Diocese de Salgueiro, onde também vivemos as primícias do episcopado, chega o tempo de desarmar a minha tenda e partir para onde o Senhor me envia: a nova missão na vizinha Diocese do Crato, para onde fui chamado a pastorear como Bispo.
Reitero, por amor, minha total obediência e comunhão ao Santo Padre e, por igual amor, minha irrestrita fidelidade à Mãe Igreja, ao tempo em que rogo à intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e de Santo Antônio, para com a missão de, inseparável do Espírito Santo, conduzir a já estimada Diocese do Crato.
É hora de um novo começo! Recomeçar deve ser sempre a escola que nos ensina o verdadeiro caminho do se entregar com toda confiança nas mãos de Deus e, também, guiado pelos ensinamentos de São Francisco, guardo no íntimo a certeza de que os recomeços ao labor do Senhor nos lançam à conversão (à nova versão, sempre melhorada), como ele próprio dizia: “Irmãos, vamos recomeçar, pois pouco ou nada fizemos”.
Peço-vos, meus amados irmãos e irmãs, que rezem por mim em vossas orações!
Deixo, também nesta Carta, uma parte (porque a outra parte estará sempre em meu ser) da minha imensa gratidão pela caminhada ao longo destes 11 (onze) anos de nosso pastoreio; pela presença filial, fraterna e amiga no decurso dos desafios enfrentados. Reconhecendo a minha vil condição de pecador, afirmo que, como então pastor (por missão, mas irmão por origem), sempre elevei as minhas orações pelo ouro e pelo bálsamo que cada um retirou do seu vaso de argila – chamado coração! –, para oferecer àqueles aos quais a dor e a incerteza assolavam a alma.
Impossibilitado de citar nomes, para jamais correr o risco de cometer qualquer falha, coloco a vida de todos nas minhas orações e em cada Eucaristia celebrada. Num misto de despedida, de gratidão e de saudade, “quero trazer à memória o que me pode trazer esperança” (Lm 3,21).
Posso afirmar, com toda a convicção, o que há em meu coração; que sempre testemunhei o amor, a misericórdia (a reconciliação) e a doação com que cada Padre, cada religioso e religiosa, cada leigo ofertava à missão e à edificação desta jovem (e, repito, amada) Diocese. Deus seja louvado pelo serviço de todos vós!
Gratidão aos Padres – e não foram poucos os que comigo enfrentaram os mares bravios e as ondas fortes! –, aos leigos, aos funcionários das Paróquias e da Diocese e, de modo especial, aos funcionários(as) que, na labuta diária, trouxeram-me a formação de uma humana família aqui em Salgueiro.
Um agradecimento aos Bispos do Regional Nordeste II, meus irmãos no episcopado, àqueles que, quando cheguei, encontrei e de quem tive um acolhimento singular que é próprio daqueles que amam, cujos laços fraternos foram com o tempo crescendo e se estreitando. Gratidão àqueles que Deus nos foi enviando ao longo destes 11 (onze) anos.
Aqui ficam, com a esperança de que a cada leitura possa reascendêlos, os bons sentimentos de ternura, gratidão e fé, na certeza de que todos somos “um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor”, que lançou as sementes que, pela graça de Deus, sempre hão de reflorescer a cada época certa, no tempo Dele.
As conquistas que aqui vislumbramos são frutos, sobretudo, da ação do Espírito Santo de Deus em todos nós: “eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer. Assim, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas só Deus que faz crescer”. (1Cor 3,6-7).
Lembro-lhes que a oração é uma poesia que recitamos com Fé conforme o pôr do sol da alma ou o quebrar da barra do coração. Que ela seja para nós o elo inquebrável que sempre nos sustentará e nos permitirá a comunhão para com a Santa Mãe Igreja, baseados no Amor.
“Segue teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas, o resto é à sombra de árvores alheias.” (Fernando Pessoa).
Com afeto e ternura de pastor, renovo meus votos de Paz e Bem.
Deus vos abençoe e vos guarde!
Dom Magnus Henrique Lopes, OFMCap.
Administrador Apostólico da Diocese de Salgueiro