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Coluna Semanal!

Faz uns três anos que comprei um rack para minha sala, e, quando ele chegou, coloquei na cabeça que tinha condições de montar aquele móvel. Coisa simples: sigo um passo a passo, pois todas as orientações estavam no manual. Após duas ou três horas quebrando a cabeça, o móvel estava montado.

Pense numa satisfação... R$ 80,00 economizados, a sensação de ter concluído a formação de montador de móveis, combinada com a certeza de que nunca mais gastaria com montador na vida.

O tempo passou, mas nem sofri calado. Por se tratar de um móvel razoavelmente pequeno, não precisei ficar montando e desmontando toda vez que me mudava. Na maioria das vezes, eu o levava montado ou semi-montado. E olhe que, desde que comprei esse móvel, eu já me mudei cinco vezes.

Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Sem nenhum motivo aparente, meu rack apresentou um pequeno problema: uma parte da base soltou e ele ficou instável. Adiei o conserto por quase um mês e, ontem, finalmente encarei esse probleminha. Afinal, me autoproclamei montador semiprofissional.

Era um serviço simples, que eu acreditava que seria resolvido em até uma hora. Na prática, porém, me custou o domingo inteiro, além de um juízo que deveria estar sem preocupações — tudo para ter de volta um móvel que foi consertado pelo "especialista" que o montou pela primeira vez.

Sabe qual foi a conclusão a que cheguei? Se tivesse pago pelo serviço, teria sido bem mais fácil. E aqui estão os motivos: 1º Não teria gastado minha energia em algo no qual não tenho tanta habilidade quanto achava. 2º Ter contratado um especialista me traria a solução mais rápida e eficiente, pois alguém com experiência teria resolvido o problema mais rápido. 3º Os dois primeiros motivos já me são suficientes.

Você pode até estar rindo da minha odisseia na montagem de móveis, mas garanto que, após tanto tempo perdido, meu rack segue firme e forte para uso, pronto para mais algumas mudanças que estão por vir.

A lição que tiro dessa experiência é que, muitas vezes, achamos que estamos tirando vantagem ao nos aventurarmos em atividades nas quais não temos tanta habilidade. Pensamos que estamos fazendo um trabalho excelente, quando, na verdade, estamos apenas nos desgastando. Enquanto economizamos com pequenas coisas, acabamos gastando nossa paz, quando poderíamos terceirizar certas demandas.

Hoje, 9 de setembro, comemoramos o Dia do Administrador, uma profissão que, muitas vezes, é encarada como a montagem de um móvel, mas que, na realidade, está repleta de detalhes, experiências e ferramentas. Se você não for especialista, provavelmente irá se perder ao longo do caminho.

Se você quer ser um Administrador, se especialize, estude, aprenda. É totalmente possível. Agora, se você só quer "desenrolar", provavelmente vai se deparar com uma realidade em que gastará mais tempo do que imaginava, preocupando-se ainda mais e podendo deixar alguns processos "em falso" na sua empresa. Pense bem no que é essencial e no que pode ser delegado para um especialista.

 

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Professor Tiago Machado

Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.

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