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A Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a cultura surda são os grandes destaques das discussões que acontecem desde quinta-feira (30), no II Congresso Brasileiro Saúde em Libras, realizado no Complexo Multieventos, do Campus Juazeiro, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento é promovido pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), com o objetivo de fomentar a importância da Libras para toda a sociedade, temática central do congresso, e tem a participação de pessoas surdas e seus familiares, ouvintes e profissionais e pesquisadores de diversas áreas.
A abertura oficial, realizada na noite de quinta-feira (30), contou com a presença do reitor da Univasf, Telio Nobre Leite, que saudou o público em Libras; da reitora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), Leopoldina Veras; e da coordenadora do NAI, Karla Daniele Maciel Luz. A solenidade teve como mestra de cerimônia a professora de Libras Helaine Cardoso.
A palestra de abertura também foi proferida em Libras pela professora Shirley Vilhalva (foto ao lado), da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela abordou sua trajetória como pessoa surda e, mais recentemente, com baixa visão, que pesquisa a Libras, inclusive entre pessoas surdas indígenas.
A programação do congresso teve início ontem pela manhã com credenciamento e realização de minicursos. O técnico em Edificações Eric do Nascimento Sussá veio de Ouricuri para participar do congresso e apresentar um trabalho pelo Coral Voz dos Surdos. “Viemos à Univasf para apresentar um trabalho de extensão e falar sobre a interação com a comunidade surda por essa ação. O projeto é um coral em Libras”, contou.
Durante o evento, que prosseguirá até amanhã (2), serão realizadas palestras com profissionais de diferentes regiões do país. A estudante de pedagogia bilíngue e intérprete de Libras Ester Pires é mãe de duas crianças surdas e veio de São Paulo para participar do evento como palestrante. Para Ester, o congresso é importante pela visibilidade que dá para a comunidade surda e a possibilidade de outras pessoas aprenderem como trabalhar melhor com os surdos. “Minha expectativa é que o pessoal assista a nossa palestra e repense alguns comportamentos, a fim de melhorar o atendimento para as crianças surdas e também o acolhimento das famílias ouvintes que têm esse diagnóstico e que não sabem exatamente o que fazer”, disse a palestrante.
Segundo Davi Figueiredo, que faz parte da comissão organizadora e é intérprete de Libras do NAI, o congresso tem mais de 700 pessoas inscritas, que poderão compartilhar experiências e conhecimentos ao longo do evento. “O congresso foi planejado para fazer a diferença na vida dos participantes, sejam pessoas surdas ou ouvintes, não apenas da nossa região, mas do Brasil todo também”, afirmou.
A programação do II Congresso Brasileiro Saúde em Libras conta com palestras, rodas de conversas, minicursos e apresentação de trabalhos acadêmicos. Também será realizado, nesta edição do evento, o 1º Prêmio Brasileiro Saúde em Libras, com o intuito de reconhecer e dar visibilidade às iniciativas que serão apresentadas como trabalhos acadêmicos e sociais. Para saber mais sobre a programação, acesse o site do evento.