Inadimplência volta a crescer em julho em Pernambuco

Texto da Assessoria Econômica da Fecomércio-PE

Recorte especial da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que, no mês de julho, 436 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros. Paralelamente, 164 mil pernambucanos estão inadimplentes.

Enquanto a dívida sobrecarrega parte da renda mensal das famílias e restringe o consumo, principalmente de bens não duráveis como alimentação, na inadimplência há desembolso de juros, mora e multa. Quanto antes a dívida for quitada, melhor para o orçamento familiar, pois sobra mais renda disponível a ser destinada para consumo e/ou poupança. Por isso, é importante reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas, garantindo uma melhor saúde financeira dos domicílios.

Os tipos de dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são o cartão de crédito (93,4%), seguido por carnês (28,7%) e o crédito pessoal (7,2%). Essas dívidas podem ser utilizadas para diversos fins pessoais, como pagamento de despesas médicas, reformas em casa, compra de bens duráveis ou até mesmo para cobrir necessidades básicas.

O tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 61 dias no estado, ante 63 dias quando observamos todo o Brasil. A inadimplência prolongada impacta negativamente no consumo das famílias e nos investimentos das empresas. Os devedores em atraso enfrentam dificuldades financeiras, reduzindo sua capacidade de gastar e investir, e as empresas podem ter dificuldades no fluxo de caixa,  o que leva a uma desaceleração, uma vez que o consumo e os investimentos são componentes essenciais para o crescimento econômico.

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, destaca que “No mês de julho, em Pernambuco, três indicadores da PEIC apresentaram leve aumento: endividamento, inadimplência e a parcela da população que não terá condições de pagar suas dívidas. O programa “Desenrola” possibilitou a retomada do crédito aos consumidores, o que explica, em parte, o avanço no endividamento das famílias. No entanto, a inadimplência e as dificuldades de pagamento podem ser atribuídas ao saldo negativo de empregos no estado, conforme os dados do Caged do último mês.

Sobre a pesquisa – A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi publicada na quinta-feira (11/07). A pesquisa ganhou um recorte especial para o estado de Pernambuco, feito pela Fecomércio-PE.

A PEIC considera que o endividamento das famílias se refere a contas ou despesas contraídas com cartão de crédito, cheques pré-datados, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóveis, prestações de carros e seguros. Na pesquisa, as estimativas também diferenciam dois grupos de renda: famílias com renda de até 10 salários mínimos e famílias com renda superior a esse patamar. O objetivo da pesquisa é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Também são apurados o percentual de inadimplentes, a intenção de pagar dívidas em atraso e o nível de comprometimento da renda.

A PEIC define, ainda, que a potencial inadimplência é a expectativa dos devedores de não pagarem suas dívidas no mês subsequente ao levantamento. Já o atraso no pagamento (inadimplência) é o ato de não cumprir efetivamente os compromissos assumidos com o endividamento.

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua relação com a capacidade de pagamento, informações importantes para a tomada de decisão dos empresários do comércio. Quando a inadimplência ocorre, é comum observar uma desaceleração no consumo, o que afeta, principalmente, pequenas empresas do setor de comércio e serviços.

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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