Julho Amarelo: SES-PE reforça ações de prevenção às hepatites virais

As hepatites virais são infecções que possuem algumas diferenças entre elas, tanto relacionada à sintomatologia, a forma como elas se manifestam, como também a forma de contaminação.

Doenças que podem passar despercebidas, em sua maioria, por não apresentar sintomatologia no período da infecção, as hepatites virais ganham destaque neste mês de julho. Chamado de Julho Amarelo, estabelecido por Lei Federal em 2019, este é o período voltado para reforço das ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais, como também chamar a atenção da população para as formas de prevenção e diagnóstico precoce. Em 2022, em Pernambuco, foram diagnosticados nove casos para hepatite A, 304 para o tipo B e 214 para o vírus do tipo C (ver série dos últimos cinco anos em anexo – casos e óbitos). No próximo dia 28 de julho celebra-se o Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As hepatites virais são infecções que possuem algumas diferenças entre elas, tanto relacionada à sintomatologia, a forma como elas se manifestam, como também a forma de contaminação. A primeira delas é a hepatite A, que é transmitida após a ingestão de água e alimentos contaminados. “Ao longo dos anos, a hepatite A vem apresentando uma redução no número de casos, que pode ser fortemente atribuída à introdução da vacinação no calendário infantil. É uma doença com evolução benigna, de progressão aguda, onde as pessoas apresentam um quadro sintomático mais agudo, além de também possuir a possibilidade de transmissão via relações sexuais (oral e anal)”, explica a gerente do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais, Camila Dantas.

Diferentemente do vírus tipo A, a hepatite B é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o que significa que as relações sexuais desprotegidas podem transmitir a doença. Em 2022, no Estado, foram confirmados 15 óbitos para doença que é prevenível por meio da vacinação, disponível em todos os postos de saúde presentes nos municípios. Para o diagnóstico, há o teste rápido também disponibilizado em serviços municipais, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs).

Para as hepatites A e B uma importante forma de prevenção é a vacina.  A hepatite A é aplicada em crianças com idades entre 15 meses e menores de 5 anos. Sua utilização é em dose única. Já para prevenção contra hepatite B, o indicado é a aplicação em três doses para qualquer pessoa que não tenha registro de doses em histórico vacinal.

Para as crianças, a proteção deve ser iniciada nas primeiras 24h de vida, com a vacina contra a Hepatite B. Posteriormente, a criança recebe mais três doses da vacina pentavalente, iniciando o esquema vacinal com 2 meses, depois aos 4 meses e por último aos 6 meses de idade, quando finalmente concluir o esquema vacinal para proteção ou prevenção contra hepatite B.

O Brasil tem como meta a eliminação da hepatite C até o ano de 2030. Para esta doença não existe vacina, mas há tratamento que oferece a possibilidade de cura aos pacientes. “A doença é uma infecção provocada pelo vírus C da hepatite, mas não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois sua transmissão se dá por meio do contato com sangue infectado. Embora não seja considerada uma IST, esta pode ser transmitida por relações sexuais, caso exista contato com sangue durante a relação”, detalha Camila Dantas.

A gerente chama a atenção para alguns pontos importantes quando o assunto é prevenção da hepatite C. “Pessoas que realizam hemodiálise, compartilhamento de lâminas, alicates de unha, tesouras, por exemplo, precisam estar atentas à possibilidade de infecção. O vírus da hepatite sobrevive por muitas horas em contato com superfícies. As pessoas que compartilham esses objetos precisam ficar atentas à limpeza desses materiais, que precisam ser esterilizados. O ideal seria levar seus próprios objetos. Isso também serve para o ambiente doméstico”, finaliza a  gerente do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais, Camila Dantas.

Em 2022, 16 pessoas morreram em decorrência da doença em Pernambuco. No ano anterior, 29 pessoas faleceram apresentando como diagnóstico a hepatite C.

TESTAGEM – Em qualquer época do ano, a população pode fazer a testagem das IST de rotina em postos de saúde, Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. Atualmente há 33 Centros no Estado, sob responsabilidade das gestões municipais de saúde. Os CTAs também estão localizados nas cidades-sede da Gerência Regional de Saúde (Geres).

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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