Pesquisadores da UFRPE descobrem nova espécie de Anfíbio em Pernambuco
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Uma nova espécie de anfíbio foi descoberta e registrada por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A espécie é encontrada apenas no estado de Pernambuco, sendo endêmica da Estação Ecológica do Tapacurá, localizada em São Lourenço da Mata. A novidade foi publicada recentemente em periódico científico internacional e representa uma conquista para a pesquisa e a ciência de Pernambuco e do Brasil.
A nova espécie é um anfíbio anuro, de tamanho pequeno e pertencente ao gênero Dendropsophus. Em homenagem ao local do achado, a Estação do Tapacurá, o animal foi batizado de Dendropsophus tapacurensis sp. nov.
Por conta do pouco tempo da descoberta, os pesquisadores ainda não conhecem informações sobre seus padrões ecológicos no que diz respeito a alimentação, reprodução, clínica da espécie aspectos parasitológicos, entre outros elementos.
"O que sabemos de novo é que se trata de uma espécie nova, inédita, mas nada sobre a sua biologia”, ressaltou o professor Geraldo Moura, coordenador do Laboratório de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos de Pernambuco (LEHP) da UFRPE. A equipe do LEHP estuda répteis e anfíbios há mais de 20 anos na Estação Ecológica do Tapacurá.
"Se formos olhar as espécies filogeneticamente próximas a ela, as outras Dendropsophus que coabitam na região, podemos dizer que ocupam a vegetação emergente dos corpos d’água; é uma espécie restrita a um ambiente com água; se alimenta de insetos de pequeno porte; ocupa um estrato vertical desde a lâmina d’água até no máximo 1 metro de altura; e inicia seu período reprodutivo no início da estação chuvosa. As primeiras chuvas servem de estímulo ambiental para que ele libere hormônios e promova a produção de óvulos e espermatozoides para a reprodução”, explica o pesquisador da UFRPE.
Além disso, sabe-se que anuros do gênero Dendropsophus se reproduzem em corpus d’água sem predadores, como peixes, que não possuem correnteza e que são geralmente temporários. Até então ela só ocorre exclusivamente na Estação Ecológica do Tapacurá.
O trabalho dos pesquisadores daqui para frente é o de levantar toda a história natural da nova espécie.
“Publicar uma espécie nova para a ciência, é motivo de muita satisfação, porém em meio a uma pandemia-isolamento social e a falta de investimentos atuais em pesquisa, é uma vitória é uma alegria ainda maior”, ressaltou Geraldo Moura. “É mais uma espécie para o estado de Pernambuco, para o Nordeste, para o Brasil, para o mundo e para a ciência mundial”, completou.
A pesquisa contou com a participação dos seguintes autores: Rogério Ferreira de Oliveira, Felipe de Medeiros Magalhães, Bernardo Franco da Veiga Teixeira, Geraldo Jorge Barbosa de Moura, Clara Ribeiro Porto, Francisco Péricles Branco Bahiense Guimarães, Ariovaldo Antônio Giaretta e Moacir Santos Tinôco.
Fonte: UFRPE
