CEPE, Prefeitura do Recife e UFPE lançam coleção intitulada Recife 500 anos

Em 12 livros, projeto urbanístico mostra como o Recife pode chegar ao ano de 2037 de forma mais inclusiva, conectada e sustentável.

Recife, a capital mais antiga do Brasil, está a uma década e meia de completar cinco séculos. A data é marcada pela ampla proposta de transformação da cidade feita por arquitetos e urbanistas, documentada na coleção Recife 500 anos, projeto da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Prefeitura do Recife, Universidade Federal de Pernambuco e Observatório do Recife. Cerca de 70 pesquisadores trabalharam na produção dos 12 livros que compõe a série a ser publicada ao longo de 2022, sendo os três primeiros títulos apresentados agora em março, dentro da programação do aniversário de 485 anos de fundação do Recife: Parque Capibaribe, a reinvenção da cidade; Recife drenagem urbana e Recife 500 anos: Estratégias para construir a cidade do futuro. Em edição bilíngue (português-inglês), a coleção não será comercializada e será distribuída pela Prefeitura do Recife a instituições locais e nacionais.

 A coleção integra o Plano Recife 500 anos, que se tornou a base de um projeto de cidade, fruto de convênio firmado entre Prefeitura do Recife e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em consonância com a Nova Agenda Urbana da ONU-Habitat. A história da criação do plano remonta ao primeiro intercâmbio Recife Exchange Amsterdã, uma iniciativa do Governo dos Países Baixos, em parceria com o Itamaraty, quando um grupo de arquitetos holandeses visitou o Recife em 2011. A intenção da missão era a de homenagear os 100 anos da imigração oficial da Holanda para o Brasil e para as Américas, iniciada em 1911, decorrente de um ambiente de profunda crise econômica e social, decorrente das duas guerras mundiais. 

Na época foi desenvolvido um trabalho colaborativo entre arquitetos da UFPE e  da Holanda, que resultou numa exposição realizada ao final de 2011 em Amsterdã. “Era preciso pensar o Recife de forma holística. Essa planície molhada foi muito aterrada e o Recife tinha mudado. Hoje há o Recife Metropolitano, com 1, 6 milhão de habitantes e o Recife Metrópole com aproximadamente 4 milhões de habitantes, muito diferente daquele Recife holandês”, analisa o arquiteto Roberto Montezuma, coordenador acadêmico do projeto. 

A COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de 2021) já admitiu que o homem interferiu profundamente no planeta. Embora as cidades representem no máximo cerca de 6% da ocupação da Terra, são responsáveis por 70% da emissão de gases e por 70% da produção de lixo. Consequentemente, como produtoras de riqueza, as metrópoles passaram a ser também as grandes causadoras das mudanças climáticas. Portanto, o projeto se concentrou na busca de um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade ambiental e social, a partir do entendimento de que sem uma transformação as cidades irão colapsar.    

Para Montezuma, a coleção Recife 500 anos é quase um manifesto. “O planejamento da cidade está em xeque. A cidade precisa se reinventar, o planeta também. Tudo tem que entrar num processo de reestruturação. O Plano Recife 500 anos, assinado pela Agência Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia, do Porto Digital) está alinhado com todas essas inquietações locais e globais”, diz.  

Fonte: CEPE

Tags:
recife
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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