Diário de um radialista - Missa do Vaqueiro
A fotografia é capaz de mostrar lembranças, mas a nossa memória também fotografa momentos. Recordo-me dessa cobertura na Missa do Vaqueiro em Serrita, que foi uma aventura e tanto, isso nos mostra que por trás da matéria existem histórias que devemos compartilhar.
Nesse dia, tive a alegria de entrevistar o Poeta Pedro Bandeira, um dos idealizadores da Missa do Vaqueiro. Não é sobre a entrevista que quero falar, mas da presepada que aconteceu. Nessa ocasião, fui ao evento de carona, pois já estava em um sítio próximo a Serrita, devido ter feito a cobertura da festa no sábado. Como a rádio Asa Branca AM foi para transmitir a celebração fiquei de retornar a Salgueiro com: Rickson Bruno, Erbiane Karen e Marcelo Matos, contudo o carro da rádio apresentou um problema mecânico sério e não teríamos condições de voltar nele.
Verdade seja dita o pobre carrinho já era bem rodado. Quem vai à Missa do Vaqueiro sabe que quando termina a celebração ao sol causticante do meio dia a vontade de todos é voltar para casa e nós nos preocupamos com o problema do carro e fomos ficando sem carona para retorno. Minha preocupação era por que tinha às 15h a cobertura de uma partida do Salgueiro pela série C do campeonato brasileiro, e teria que está nesse horário abrindo a jornada esportiva. Quando olhava para um lado e outro só via poeira e pessoas que já estavam com seus carros sem vaga para nós. Surgiu-me uma esperança quando vi Irineu do Mestre e falei da situação, ele prontamente me deu uma carona em van que estava cheia de vaqueiros, como só tinha espaço para mais uma pessoa, os meninos preferiram que eu viesse.
Quando saímos do Parque João Câncio, já passava das13h, além da poeira que a gente carrega ainda tinha a fome. Pensando que faríamos uma viagem direto para Salgueiro, enganei-me, isso porque os vaqueiros pediram para parar o carro na entrada de Serrita para "tomar uma", naquele momento já era quase 14h e meu desespero aumentava devido a hora de está no AR se aproximar e sem sinal de telefone não teria como avisar. A fome era grande e matei ela com farinha com carne seca oferecida pelos vaqueiros.
Quando tudo parecia perdido e não passava ninguém para Salgueiro vejo Cristiano Concerva passando na sua Aero Willys, não hesitei em gritar e prontamente ele me ofereceu uma carona. Cheguei em casa, não tinha mais almoço, não dava tempo tomar banho e assim segui para a rádio chegando faltando 30 segundos para o início do trabalho. Uffa! Nesse dia o jogo era em Fortaleza e até problemas técnicos tivemos para que eu falasse por quase uma hora no meio desse cansaço. Nesse dia, quis compartilhar essa aventura louca, mas que só nos faz lembrar e dá boas risadas.
