Hospital Otávio de Freitas realiza 1º procedimento com bioimpressora para regeneração de tecidos no SUS

O objetivo é tratar lesões graves de pele, como pé diabético ou outras feridas profundas.

A equipe de cirurgia vascular do Hospital Otávio de Freitas (HOF), em Tejipió, bairro da Zona Oeste do Recife, realizou esta semana o primeiro procedimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil de bioimpressão de curativo de células troncos.

O procedimento, liderado pelo cirurgião vascular do HOF Nelson Coutinho, envolveu cerca de 10 profissionais (entre médicos, residentes, enfermeiros, técnicos, anestesiologista e instrumentador cirúrgico), durou cerca de uma hora. 

A biompressora Dr. Invivo, tecnoLogia da Rokit Healthcare, empresa sul-coreana, chegou ao HOF pela distribuidora 1000Medic e utiliza células-tronco do paciente para fabricar curativos biológicos (baseados no tecido das células). 

O objetivo é tratar lesões graves de pele, como pé diabético ou outras feridas profundas.

“Pernambuco está dando um passo importante na busca de uma melhora na qualidade de vida do paciente, acelerando processos de cicatrização e evitando amputações em pessoas com pés diabéticos e com feridas de difícil tratamento”, comenta o cirurgião vascular do HOF Nelson Coutinho.

O paciente que realizou o procedimento foi Ronaldo Pereira Ferro, de 66 anos, residente de Bom Conselho, no Agreste. Ele tem pé diabético (uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlada) e, por isso, teve que amputar um dedo do pé esquerdo.

Com problemas na cicatrização após a cirurgia de amputação, o resultado foi uma ferida de longa extensão no local que evoluiu com área cruenta – condição em que os nervos responsáveis pela sensação de dor e tato estão afetados, causando perda da sensibilidade, deixando-os mais sujeitos a machucados, feridas ou até mesmo amputação.

A tecnologia funciona como uma impressora 3D. A bioimpressão utiliza a biotinta, que nada mais é do que material orgânico, células de gordura retiradas de uma região rica em células troncos do próprio paciente, para fazer um novo tecido. As células são aspiradas, é feita a filtragem da gordura para, assim, criar um biomolde plástico da lesão.

“O curativo biológico estimula a revascularização da área e o crescimento do tecido de dentro para fora. Em lesões mais profundas, com o procedimento, conseguimos acelerar a cicatrização com poucas semanas, enquanto normalmente, esse processo, poderia durar em torno seis meses, nove meses e até anos”, completa o médico.

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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