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Profissionais e entidades que atuaram no enfrentamento e na resposta às ocorrências de intoxicações relacionadas às bebidas contaminadas com metanol participaram, nesta quarta-feira (17/12), da Oficina de Lições Aprendidas: Experiências no Enfrentamento das Intoxicações Exógenas Relacionadas à Ingestão de Bebidas Contaminadas com Metanol. A programação, realizada pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), ocorreu no Hotel Canariu’s, no município de Gravatá (PE).
O objetivo do momento foi realizar uma análise retrospectiva e colaborativa das experiências e das lições aprendidas durante o enfrentamento e a resposta às ocorrências de intoxicações exógenas relacionadas à ingestão de bebidas contaminadas com metanol. O encontro propôs debater e identificar os pontos fortes e as lacunas nos processos de trabalho das vigilâncias, desenvolvidos pelos diversos profissionais que atuaram durante esse evento de saúde pública de importância nacional, com o intuito de aprimorar os protocolos de ação intersetorial voltados à prevenção, detecção e resposta mais oportuna e qualificada em situações da mesma natureza, visando à proteção da saúde da população.
“Essa oficina tem um papel muito importante, que é a avaliação de como se deram as ações de resposta à intoxicação exógena por metanol, que, no caso de Pernambuco, foi além desse episódio específico. Na verdade, ela descortinou um problema que existe em todo o Brasil, que é a falsificação. Nesse caso, a falsificação de bebidas. Temos falsificação de medicamentos, de cigarros e, neste caso, de bebidas. Hoje, temos a oportunidade de dialogar com o Ministério da Agricultura, com a Vigilância Sanitária, com o CIAtox, o Instituto de Criminalística (IC), a Polícia Civil, a Associação Brasileira de Bebidas, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação e a Vigilância Epidemiológica. Cada um teve um papel estratégico nessa resposta e poderá compartilhar as fortalezas e as dificuldades enfrentadas, para que possamos nos preparar melhor para futuras emergências com características semelhantes”, destacou a diretora geral da Apevisa, Karla Baeta.
Mariana Miranda, coordenadora da Vigilância Sanitária do município de Carpina, foi uma das participantes do evento e comentou sobre a importância da oficina para os municípios pernambucanos. “Esses eventos são muito enriquecedores para o nosso conhecimento e agregam informações fundamentais para o nosso dia a dia. São trocas de experiências, conversas e aprendizados que fazem toda a diferença”, disse.
No momento, o secretário executivo de Vigilância em Saúde e Atenção Primária (SEVSAP), Renan Freitas, enfatizou o trabalho da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco no período das ocorrências de intoxicações exógenas relacionadas à ingestão de bebidas contaminadas com metanol. “O evento envolvendo metanol é um case importante para o Estado de Pernambuco, pois evidencia a capacidade de resposta e a sensibilidade da Secretaria Estadual de Saúde por meio da Vigilância em Saúde em todo o território estadual. Foi possível, em tempo oportuno, reunir todas as secretarias municipais de saúde, gestores, a sociedade civil organizada, além de órgãos e entidades de controle e de segurança, atuando de forma integrada e em conformidade no enfrentamento dos casos de intoxicação por metanol em todo o estado. A Vigilância em Saúde estabeleceu uma comunicação coordenada, integrada e em tempo recorde com a atenção especializada, envolvendo todos os hospitais do estado. O Estado de Pernambuco vem realizando o monitoramento e a avaliação dos casos, não apenas das notificações, mas também das condições clínicas de cada paciente acometido. Esse trabalho demonstra a capacidade do Governo do Estado de Pernambuco e da Secretaria de Saúde de atuar de forma articulada e de seguir cumprindo sua missão principal: cuidar das pessoas”, enfatizou.
INTOXICAÇÃO POR METANOL – Em 2025, o Brasil registrou casos de intoxicação provocados pelo consumo de bebidas adulteradas com metanol, inclusive em Pernambuco, o que acendeu um alerta para as autoridades de saúde. Diante desse cenário, o Governo do Estado, por meio da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), adotou uma série de medidas preventivas e de enfrentamento à situação, como a capacitação dos municípios para fiscalização e identificação de bebidas falsificadas no mercado, além da atuação integrada com outros órgãos de controle. Essas ações tiveram como objetivo proteger a população, coibir práticas irregulares e fortalecer a resposta do sistema de saúde frente a esse tipo de ocorrência.
Karla Baeta ainda ressaltou sobre o aprendizado deixado pela situação de emergência em Pernambuco. “A intoxicação por metanol foi uma emergência de saúde pública, mas o que ficou para os municípios é a compreensão de que a vigilância sanitária, no seu papel de proteção e de qualificação de produtos e serviços, é responsável pela vigilância pós-mercado. Após a bebida estar no mercado, é necessário realizar esse acompanhamento para evitar que o consumidor seja lesado ao consumir produtos falsificados que podem causar danos à saúde. O legado que fica é justamente a expertise adquirida em fiscalização e verificação de bebidas, e os órgãos aqui presentes poderão compartilhar um pouco dessa experiência”, finalizou.