Professor da Rede Estadual é finalista do Prêmio Educador Nota 10
Gustavo Santos Bezerra, docente da ETE Professor Paulo Freire, destacou-se com projeto de sustentabilidade para o Quilombo do Caroá
O professor Gustavo Santos Bezerra, da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire, localizada no município de Carnaíba, no Sertão do Pajeú, é um dos nove finalistas da 27ª edição do Prêmio Educador Nota 10, um dos mais importantes prêmios da educação básica no Brasil. A etapa final acontece nos dias 27 e 28 de outubro, na Pinacoteca de São Paulo.
Nesta edição, as iniciativas foram selecionadas a partir dos eixos temáticos “inovação e tecnologia”, “direitos humanos” e “sustentabilidade”. O professor da Rede Estadual destacou-se na categoria sustentabilidade com o projeto “Dos resíduos aos recursos: proposta de reutilização dos subprodutos das casas de farinha do Quilombo do Caroá”, no qual orientou um grupo de estudantes da ETE a desenvolveram protótipos a partir dos resíduos da mandioca gerados nas casas de farinha da região.
O Prêmio Educador Nota 10 foi criado em 1998 com o intuito de reconhecer e valorizar professores e gestores escolares da educação infantil ao ensino médio de escolas públicas e privadas de todo o país. Realizada pelo Instituto Somos, a iniciativa já concedeu R$ 3,3 milhões em prêmios a 279 educadores selecionados, entre 86 mil projetos inscritos.
Para Gustavo, chegar à final do Prêmio Educador Nota 10 é motivo de grande alegria. “Desde criança, eu tinha uma vontade imensa de participar de feiras de ciências, porém nunca tive essa oportunidade. Quando ingressei na carreira docente, trouxe comigo o desejo de proporcionar aos meus estudantes as possibilidades que não tive”, afirma. Além de estimular a inovação, o projeto também buscou promover transformação social. “A partir de diversas práticas, desenvolvemos propostas para a reutilização dos resíduos gerados nas casas de farinha do Quilombo do Caroá, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida nessa comunidade e minimizar o impacto ambiental”, destaca o docente.
O projeto foi desenvolvido pelo professor de química e física durante a disciplina "Construções e Invenções Sustentáveis", eletiva do novo ensino médio. Com base na abordagem STEAM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), os estudantes elaboraram planos de trabalho e criaram protótipos para transformar os subprodutos da mandioca em materiais úteis, como blocos de construção, vinagre, biodigestores, madeira ecológica, plástico biodegradável e filtros.
Foi a partir dessa iniciativa que nasceu o projeto Flitropinha, filtro sustentável que foi o grande vencedor da 11ª edição do prêmio Solve for Tomorrow Brasil 2024. Selecionado dentre mais de 2.800 trabalhos inscritos, o filtro absorvente à base de cascas de pinha é capaz de reduzir a carga poluente da manipueira, um resíduo tóxico gerado na produção da farinha de mandioca.
