Coluna Semanal!
Ditados populares fazem parte de nosso cotidiano, e existem alguns que gosto de fazer trocadilhos. Quem com ferro fere, tanto bate até que fura. Um dia é da caça, o outro é da pesca. Em terra de cego, todo mundo tropeça. Ladrão que rouba ladrão, é porque foi mais esperto.
Após tentar confundir sua cabeça com esses ditados editados, trago minha opinião sobre uma notícia que foi ventilada nesses últimos dias. O Governo está elaborando um projeto de lei para proibir o uso de celulares nas escolas. Após essa manchete, fiquei me questionando, em qual século nosso Ministério da Educação está?
Levanto esse questionamento por umas questões simples, uma delas é que proibir um nato digital de acessar uma extensão de seu corpo é o mesmo que dizer a um funcionário que os problemas da casa dele, ficam em casa, não podem ser levados para empresa.
Engane-se quem quiser, se uma mãe estiver preocupada com um filho, não tem trabalho no mundo que faça ela esquecer do que está acontecendo em casa. O mesmo acontece com um casal que briga a caminho do trabalho, eles podem até fingir que estão bem, mas na verdade, só estarão buscando formas de esconder suas preocupações e frustrações.
Creio que o nosso problema está aí, no fingimento. Precisamos fingir que nos preocupamos com a Educação, vamos tirar os celulares das crianças. Vamos fingir que a educação está dando certo, vamos aumentar a carga horária.
E de fingimento em fingimento, vemos o QI médio do brasileiro caindo década após década, acreditando que nosso modelo educacional é eficiente, as notas do PISA confirmam que a formação em leitura e matemática está indo ladeira abaixo, e indiscutivelmente, nosso problema é o celular.
O grande segredo do nosso sucesso educacional é que seguimos remando contra a maré. Não estamos dispostos a reconhecer que fracassamos em proporcionar uma educação básica de qualidade. Não adianta nada ter uma educação crítica Paulo Freiriana, se nossos alunos são analfabetos funcionais.
Falando em Paulo Freire, muitos o culparão pelo resultado das práticas do patrono da Educação. E esse é nosso maior problema, queremos achar culpados e respostas simples para problemas complexos. Queremos culpabilizar um ou dois por problemas crônicos que estamos longe de superar.
Enquanto não entendermos a sociedade que vivemos, lacunas que foram criadas e buscarmos locuções que irão demorar, mas trarão resultados consistentes no longo prazo, com toda a certeza, proibir o uso de celulares nas escolas será a melhor solução para manter nosso povo aprisionado na ignorância e demagogia. Afinal, quem não tem cão, pega a caça no mercado.