Setor produtivo em Pernambuco segue resistente aos impactos da pandemia em comparação à média nacional

Federações fazem balanço de 2021 e debatem perspectivas econômicas para 2022

Apesar do momento de crise no quadro econômico do Brasil, Pernambuco tem mostrado que está se saindo melhor em comparação ao cenário nacional. Para analisar a economia no ano de 2021 e as perspectivas econômicas para a agricultura, o comércio e a indústria para o ano que vem, Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio-PE, Ricardo Essinger, presidente da Fiepe, e Pio Guerra, presidente da Faepe, participaram de debate na Casa do Comércio, nesta última quinta-feira (16). O evento pode ser conferido na íntegra no YouTube da Fecomércio-PE.

“Olhando para a conjuntura brasileira em 2021, a gente já vinha de um momento de crise e a pandemia agravou o quadro econômico do Brasil. Entretanto, os dados têm mostrado que Pernambuco está saindo razoavelmente bem na crise brasileira. Por exemplo, em 2020, quando a economia do Brasil caiu 4,1%, o Estado só caiu 1,4%. A gente tem mostrado uma capacidade de resistência a essas adversidades que a pandemia agravou”, afirmou a economista Tania Bacelar, que abriu o debate e conduziu a mediação durante toda a conversa.

Analisando um dos setores que mais crescem a nível local e nacional, Pio Guerra, presidente da Faepe, explicou como está a agropecuária atualmente. “O setor em Pernambuco tem 90% do seu PIB representado por quatro grandes setores: fruticultura, cana de açúcar, avicultura e a pecuária leiteira. Se considerarmos os últimos quatro anos, a evolução é de 80%. São números bem significativos, contando a questão da pandemia que ocorreu durante esse período todo”, analisou.

Na indústria, o Estado passa por um processo inverso ao Brasil. Enquanto o Brasil está se desindustrializando, Pernambuco viveu uma reindustrialização, fortalecendo, nas primeiras décadas desse século, o segmento local. A pandemia, no entanto, diferente do setor agrícola, dificultou o avanço da indústria em 2021. “O efeito do lockdown gerou uma crise de suprimento de matérias primas. Além disso, foram crises no transporte marítimo, na falta de contêiner para importar e exportar e, atualmente, estamos sofrendo com o preço da energia e petróleo. Então sentimos diretamente o reflexo da pandemia. Inclusive, a indústria aqui de Pernambuco às vezes tem dificuldade de acabar os seus produtos por falta de insumos”, alertou Ricardo Essinger, presidente da Fiepe.

Em sintonia com as análises das outras Federações, Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio-PE, falou sobre o setor do comércio, responsável por 75% do PIB da economia de todo o Estado de Pernambuco. “A crise afetando a indústria, reverberou no comércio. Nosso segmento só funciona se tivermos a agricultura e a indústria. Sem funcionamento da indústria, não vendemos. E se a agricultura não produz, a gente não vende e se não vendemos, não há comida”, refletiu.

Para Peixoto, 2021 representou o encerramento de muitas empresas no comércio, em especial as pequenas empresas, e o aquecimento no comércio pela continuação da assistência federal do Auxílio Emergencial. Os grandes desafios no momento são a inflação e o emprego, com Pernambuco liderando algumas vezes nesse ano a taxa de desemprego aberta no país.

PERSPECTIVA PARA 2022

A expectativa dos setores produtivos em 2022 é de continuada da retomada e crescimento econômico. O Governo do Estado e as Federações presentes no debate participaram recentemente da construção de um plano de retomada para ano que vem. Na análise de Tania Bacelar, o planejamento vem como um alento, pois representa a recuperação na capacidade de investimento do setor público. A previsão é de que Pernambuco continue a cima da média brasileira em 2022.

Nas projeções futuras, algumas mudanças são tendências, como a evolução da era digital e a transição para energias mais limpas. Localmente, o ecossistema de Tecnologia da Informação tem uma expressividade nacional e internacional. Da mesma forma, Pernambuco tem um grande potencial pra expandir a produção de energia eólica, solar e da biomassa, gerando emprego e dinamismo econômico.

Apesar dos problemas enfrentados com a alta do desemprego, os participantes ressaltaram que a presença do Sistema S em Pernambuco garante uma estruturação educacional consistente para a qualificação e capacitação de profissionais especializados.

Fonte: FECOMÉRCIO-PE

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Image
Contador de visitas