A MENTIRA DOS NAMORADOS

Coluna Semanal!

Semana dos namorados, onde o amor está no ar, mas como vocês bem sabem, meu propósito com esta coluna, é apresentar um olhar um pouco diferente do que estamos acostumados com os clichês que se repetem ano após ano.

Creio que todos já tiveram o seu primeiro amor, talvez até um amor platônico, que pôde ou não ter sido concretizado. Outros podem ter vivido a experiência de viver um relacionamento à distância, onde as datas comemorativas eram celebradas com palavras de saudades, fotos e vídeos postados com juras de amor, ou em casos mais específicos, acabou sendo bom para os quatro (entendedores entenderão).

Nesse momento, te convido a refletir sobre a etapa anterior, o processo de conquista. Lembra da cara de bobo de seu amigo, colega ou irmão falando do seu objeto de desejo e afeto? Melhor, lembra da última vez que você se apaixonou? Que tudo lembrava o outro? Era sem querem, essa pessoa não saia da sua cabeça, você vivia acordado a sonhar e imaginar, que as vezes pode ser um sonho impossível, uma ilusão terrível, será?

Vou parar por aqui, porque já estou escrevendo a letra de mais uma música em meus textos. Mas aflorado os sentimentos, lembra quando você estava disposto a passar por tudo ou quase tudo para ter a pessoa amada do seu lado? Passados de 12 a 24 meses, o que mudou?

Você pode até me perguntar, porque esse período? A explicação é puramente científica, considerando as devidas margens de tolerância, bem como o grau de encantamento dos sujeitos, a University College, de Londres, afirma que a paixão dura entre 18 e 30 meses.

Dados pra lá, explicações pra cá, os enamorados podem estar se perguntando, qual o preço do presente que vou dar esse ano? Será que é equivalente com o que vou receber? Esse olhar egoísta nos faz esquecer do real valor que os presentes simbolizam. Aos que curtem a solitude, a economia do presente pode estar diretamente relacionada com o grau de carência por não tem um companheiro para celebrar essa data. Mesmo assim, viver a paz de estar bem consigo, tenho certeza que isso não tem preço.

Relacionamentos amorosos se assemelham bastante com as carreiras profissionais que experimentamos ao longo do tempo. Enquanto ainda não conseguimos o que queremos estamos dispostos a tudo, depois que conquistamos o que desejamos, passado o período de encantamento, nos deparamos com as qualidades e defeitos das empresas que trabalhamos, daí reclamamos do que falta, enquanto esquecemos do que nos falta.

Quando os relacionamentos acabam, seja ele amoroso ou de trabalho, por vezes fantasiamos, lembrando dos bons momentos que foram experimentados, e tentamos esquecer dos entretantos e poréns. Podemos até adotar um olhar negativo do que passou, demonizando todas as lembranças, afinal de contas, se não está comigo, foi o outro que perdeu.

Certa vez num casamento, ouvi uma metáfora que comparava os relacionamentos com plantas, se você a regar, podá-la e cuidar diariamente, você terá sempre com o que se ocupar e aprender. Se aos poucos for deixando de lado, aquela planta que por anos você cuidou, murcha e morre.

A mentira dos enamorados acontece quando fingimos que amamos e olhamos para o outro enxergando o que não existe mais. O mesmo acontece no trabalho, queremos o salário, mas não queremos a função. Sonhamos com o décimo terceiro, mas não com a demissão. E assim vamos empurrando com a barriga, na tentativa de ver algo diferente enquanto não fazemos nada para mudar.

Falando de amor e de trabalho, encerro a coluna desta semana parafraseando a reflexão de Tati Bernardi. Ser feliz dá muito trabalho, ter carreira e um relacionamento saudável também. Aos que estão empregados e amando, dedique-se e entregue o melhor que você pode, porque uma demissão futura ou um final de relacionamento, pode até ser triste, mas pode ser encarado como férias!

 

 

Tags:
namorados amor
Author
Professor Tiago Machado

Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.

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