Coluna do Blog!
Em 1985, Renato Russo lançava com a Legião Urbana, a música Geração Coca-Cola, tecendo críticas sobre o sistema em que a sociedade brasileira estava inserida, que após momentos de diversas incertezas econômicas e sociais, onde passaram por um o período de privação e sonhos não realizados na infância, a geração Coca-Cola se estabeleceu seguindo um caminho minimamente seguro, evitando riscos e incertezas.
No cenário de relativa estabilidade econômica e avanços tecnológicos, seus filhos, os millenials, cresceram mimados com tudo o que se tem direito, absorvendo valores e lições de vida da geração anterior, sendo influenciados pela conveniência, estabilidade e se acostumando com a gratificação instantânea que passaram a vivenciar com o acesso à tecnologia que chegava com toda força.
Na geração seguinte, os nato-digitais, também conhecidos como Geração Tiktok, se desenvolveram acostumados com uma nova era de acesso instantâneo a informações e entretenimento. Por consequência, a facilidade, sem necessidade de esforço ou perseverança, gerou o inevitável: A insatisfação acomodada associado aos mimos dos pais e avós, que fazem de tudo para vê-los felizes.
Insatisfeitos com sua vida, embarcam em tempos líquidos, onde tudo que é, já não é quase que de imediato, enquanto os que tentam entender o que estar acontecendo são taxados como cringes ou emocionados. Os Tiktokers cresceram, e chegaram no momento em que precisam trabalhar, já que não conseguem sobreviver apenas de sua influência, publis e filtros.
Assim, embarcam em um mundo paralelo, onde exige-se muito deles. Segundo reportagem da Forbes, cerca de 30% dos recrutadores das empresas de RH, estão buscando contratar profissionais mais velhos, por alegarem problemas como vestimenta inadequada, falta de contato visual, exigências salariais irracionais, falta de comunicação, arrogância, além de desinteresse pelas vagas ofertadas.
Enquanto a Geração Coca-Cola valorizava o trabalho árduo e a estabilidade no emprego, a Geração TikTok pode ser vista como indisposta a enfrentar desafios e a se comprometerem com uma carreira a longo prazo. Eles podem buscar gratificação instantânea e reconhecimento rápido, em vez de investir tempo e esforço no desenvolvimento de habilidades e experiências profissionais.
Enquanto a geração Coca-Cola foi criticada por sua acomodação e resistência à mudança, a ascensão da Geração TikTok levanta questões sobre a facilidade de acesso e gratificação instantânea. Ambas as gerações têm seus próprios desafios e dilemas, onde buscam se entender e superar essas limitações para construir um futuro profissional e social.
Depois dessa história toda, você pode me perguntar: E eu com isso? A resposta é simples: Seja você um octogenário ou um jovem no pleno vigor físico, veja o que te falta e busque aprender, aprenda com seus erros e evolua. Seja desenvolvendo sua tolerância, seja caminhando uma segunda milha. “A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender.” – Albino Teixeira.
Leia mais sobre a Reportagem em: https://forbes.com.br/carreira/2024/02/falta-de-etiqueta-prejudica-geracao-z-no-mercado-de-trabalho/
Tiago Silveira Machado
Professor da Universidade de Pernambuco – Campus Salgueiro
Analista da Economia Local (Salgueiro/PE)