Editado pela Cepe, livro discute a importância do modernismo pernambucano

De autoria de Bruno Albertim, "Pernambuco Modernista" será lançado na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, neste sábado (9), no estande da Cepe Editora

No ano que marca o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) apresenta o livro Pernambuco Modernista, do jornalista e escritor Bruno Albertim. O livro de 185 páginas traz prefácio do curador Marcus Lontra, além de ilustrações e perfis dos protagonistas do movimento, tanto do início – Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Vicente do Rêgo Monteiro -, quanto de meados do século XX – José Cláudio, Francisco Brennand, Tereza Costa Rêgo, Gilvan Samico, João Câmara, Raul Córdula, Montez Magno, Reynaldo Fonseca e Guita Charifker. O título será lançado neste sábado (9), às 15h30, no estande da Cepe Editora na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2022.

O projeto partiu da necessidade de contestar a hegemonia de São Paulo como único disseminador no Brasil das ideias modernistas. Se por um lado a centralização do Modernismo em São Paulo é uma visão problemática, por outro pode-se dizer que o movimento foi bem-sucedido na principal de suas propostas: a construção de um conceito hegemônico de identidade nacional.

A obra também revela que Pernambuco teve e tem um dos modernismos mais contundentes, com características, padrões de cor, ética e temáticas próprias. “Há uma preocupação com a identidade regional, com a insolação tropical, com essa cultura popular que começa a ser digerida por esses artistas de classe média e de elite em favor da construção de um discurso regionalista”, revela o autor Bruno Albertim.

Situando historicamente o Brasil desse período, surgem contradições ressaltadas pelo prefaciador, Marcus Lontra. “Durante grande parte do século passado, acreditamos na romântica utopia de que a industrialização expandiria os meios de produção e democratizaria os bens de consumo”, escreve Lontra. Mas não foi bem assim. Segundo ele, o império se sustentava sobre o regime escravocrata, e os mecanismos de modernização afloraram nos jovens herdeiros de oligarquias rurais, com formação europeia e riqueza familiar acumulada através da exploração de escravos.

Para Lontra, em vez de alimentar a rivalidade entre São Paulo e Pernambuco quanto ao protagonismo do Modernismo, “interessa muito mais compreender como uma geração de teóricos buscaram integrar o Brasil agrícola numa cena internacional determinada pela produção industrial”.

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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