Estabilidade da confiança do empresário em Pernambuco contrasta com a queda no Brasil

49,7% dos comerciantes de bens não duráveis acreditam que a atual situação do setor é de melhora nas vendas

No mês de novembro de 2023, o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec/CNC) permaneceu estável em Pernambuco, com influência negativa do mercado de trabalho no Estado, reflexo do terceiro trimestre do ano,  e influência positiva do avanço no nível de investimentos das empresas.

Neste mês, 49,7% dos comerciantes de bens não duráveis, como alimentos, bebidas, combustíveis e medicamentos, afirmam que as condições atuais do setor melhoraram.

Gestores das empresas menores, com até 50 funcionários, têm uma expectativa positiva de contratação de colaboradores para os próximos meses: cerca de 74,5% afirmam que vão aumentar o quadro de empregados. Destaque para o setor de semiduráveis (vestuários, calçados, perfumes), no qual 86,2% dos empresários acreditam que vão empregar mais nos próximos meses.  Isso se justifica pelo incremento de mão de obra temporária como resposta ao volume de vendas adicional decorrente das festas de fim de ano.

Enquanto isso, para o mês de novembro, o Icec/CNC revela que os grupos de atividades que comercializam bens duráveis (geladeira, máquina de lavar, fogão) seguem pessimistas em relação às condições atuais da economia brasileira. 65,9% dos empresários de duráveis apontaram que as condições econômicas do Brasil pioraram. Os resultados acompanham a percepção indicada pela pesquisa do ICF/CNC, na qual se revelou que a maioria dos consumidores (50,8%) acredita que seja um mau momento para adquirir bens duráveis.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, aponta que o cenário é de cautela entre os empresários. “O risco fiscal, os juros ainda elevados e a possível majoração dos tributos, advinda da reforma tributária, por exemplo, são fatores que contribuem para um sinal de alerta para a atividade econômica do País. O índice que mede as expectativas futuras do empresário do comércio teve redução de 0,6%, sendo a maior queda desde abril de 2021”, pontua.

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, afirma que “a estabilidade do Icec/CNC em Pernambuco indica que a confiança dos empresários do setor comercial permanece em processo de estabilização. Na região, seis em cada dez empresários observam uma deterioração na atividade econômica nacional, refletindo as incertezas macroeconômicas como risco fiscal e elevado endividamento. Em contrapartida, o otimismo no segmento de semiduráveis – como vestuário e calçados -, em novembro ainda é impactado pelas sazonalidades de Natal e Ano Novo”, explica.

Sobre a pesquisa

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), elaborado pela CNC e publicado nesta segunda-feira (27/11), ganhou um recorte especial para o estado de Pernambuco, feito pela Fecomércio-PE. A sondagem do Icec objetiva mensurar o nível de confiança dos empresários e as tendências de ações empresariais nos segmentos do varejo, tais como a propensão para investir e para contratar funcionários. Além disso, a pesquisa avalia a percepção empresarial acerca das condições atuais e futuras de suas empresas e da economia. Os dados são obtidos junto a 335 empresas da capital pernambucana. O índice 100 marca a fronteira entre a insatisfação e a satisfação do empresário, isto é, abaixo de 100 pontos indicam pessimismo, enquanto acima de 100 pontos indicam otimismo do empresário.

O Icec é um indicador que precede o comportamento dos empresários do comércio. Assim, serve de instrumento complementar para tomada de decisão dos empresários, acompanhamento do setor e grupos e aliado do planejamento público e privado.

Tags:
pernambuco
Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 31 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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