Coluna Semanal
No último sábado à tarde, ocorreu em Salgueiro, uma caminhada organizada pelo Grupo Acolher com Conhecimento, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que foi celebrado no dia 2 de abril. Essa iniciativa recebeu o apoio de vários movimentos da sociedade civil organizada, instituições privadas e apoiadores políticos da causa. E como tenho vivenciado os desafios enfrentados pelos pais de crianças atípicas, não poderia deixar de trazer minha contribuição.
Gostaria de parabenizar a organização pela dedicação, por abrir mão de demandas particulares, para desenvolver um evento onde todos os participantes pudessem se sentir acolhidos e valorizados. Foi inspirador ver o compromisso em promover a inclusão e a conscientização sobre as necessidades das crianças atípicas e suas famílias. Iniciativas como essa, são fundamentais para construir uma sociedade mais empática e inclusiva, onde todos tenham a oportunidade de se desenvolver plenamente, independentemente de suas diferenças.
Alguns se envolvem, outros assistem, enquanto uns criticam. E em tempos de cancelamento, fingem não ver, para não expor o que realmente pensam. Mas a verdade meus amigos, é que uma mãe, um pai, avós e familiares de crianças autistas estão exaustos. Não consegui identificar o estudo, mas se você procurar rapidamente, verá diversas citações mostrando que o stress de uma mãe de criança atípica, se assemelha ao observado em soldados combatentes.
Poderia conduzir essa conversa para demagogia, citar legislações e políticas públicas. Poderia até citar uma fala bastante popular, chamando as mães de guerreiras divinamente escolhidas, para cuidas dos seus anjinhos azuis. Acredite, isso não ajuda em nada. Por escolher ser pai de autista, te apresento uma pergunta, que pode ser uma alternativa aos argumentos falaciosos que acabei de apresentar. Pergunte-se: O que eu posso fazer?
Você pode fingir não ver, enquanto procura alguma coisa pra se entreter. Ou você pode querer saber, como pode ajudar. Quer uma dica? Ouvir, pode ajuda. Você também pode olhar e cochichar, enquanto vê a criança e sua mãe passar. Mas também pode sorrir e acenar, afinal, inclusão está relacionado a se importar.
Talvez você não tenha jeito com crianças, especialmente as atípicas, talvez você não queira se envolver, afinal, isso pode não ser problema seu. Mas a reflexão dessa semana, não é sobre mudar o mundo, mas sobre mudar o seu mundo. Quinze minutos pode não fazer muita diferença pra você, mas para quem está sendo ajudado, pode ser a força que faltava. Inclusão, é mais que uma oportunidade de fazer o bem, se trata de aproveitar as situações que se apresentam, pra fazer de você, alguém melhor do que imagina.
Colunista: Tiago Silveira Machado
Professor da Universidade de Pernambuco – Campus Salgueiro
Analista da Economia Local (Salgueiro/PE)