Gestor da Compesa explica estudos para concessão parcial dos serviços à iniciativa privada

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A Comissão de Administração Pública da Alepe recebeu nesta terça o presidente da Compesa, Companhia Pernambucana de Saneamento, Alex Campos, para tratar de uma possível mudança na gestão dos serviços da entidade. O novo modelo, em fase de estudo junto ao BNDES, seria uma concessão de parte das atividades à iniciativa privada, a exemplo do que ocorreu em Alagoas e no Rio de Janeiro.

Atualmente, a Companhia atua em quatro eixos: captação de água, tratamento, distribuição e processamento do esgoto. Pelo modelo que está sendo considerado, a Compesa manteria os dois primeiros serviços e abriria os demais para o setor privado. O gestor explicou que a ideia é ampliar o investimento e atender melhor a população.

“A gente tem um desafio muito grande. Pernambuco tem um dos piores índices de intermitência do Brasil, nós convivemos com rodízios duríssimos. [41:11 41:26] Pernambuco tem um problema grave. Nós não temos água de fácil operação. Para levar água do Rio São Francisco para Caruaru, nós percorremos 300 quilômetros entre canais e adutoras.”

Todo esse processo, como destacou o presidente da Compesa, demanda investimentos altos, principalmente na melhoria da tubulação, que, segundo ele, é precária em muitas localidades. O gestor observou que, hoje, com os recursos de que dispõe, a Compesa não consegue dar conta de todos os desafios.  Apesar da concessão, Campos assegurou que a modificação não representa a privatização da Compesa.

“O que se está pensando para Pernambuco, deputado Waldemar Borges, é a concessão parcial de uma parte desses serviços, por isso que se fala que a Compesa não vai ser privatizada. Em nenhum momento, desde a largada com o BNDES, se cogitou que a Compesa pudesse ter uma sequer das suas ações comercializadas em bolsa ou se admitiu por hipótese que a gente fosse vender parte da companhia para um operador privado.”

Mesmo com a garantia, a proposta gerou preocupação entres os deputados presentes. Waldemar Borges, do PSB, que solicitou o debate, questionou a viabilidade da proposta “Tenho muita preocupação e interesse em ver como vai ficar objetivamente essa equação financeira, quando se divide produção e tratamento de um lado, e a venda da água de outro lado. Como vai ficar essa equação financeira? Como é que isso vai ser pago de maneira a respeitar o subsídio cruzado?” 

Questões como a manutenção da tarifa social da água, os problemas de abastecimento no interior e as preocupações em garantir a melhora na eficiência dos serviços sem o aumento de preços foram levantadas por outros parlamentares.

Como encaminhamento, o deputado João Paulo, do PT, sugeriu a visita de uma comitiva de deputados para conhecer as mudanças que foram feitas em Alagoas. “Queria propor para o presidente e para os nobres pares que concordarem, nós irmos no mínimo até Alagoas, para conhecer um pouco as experiências lá, ouvir a representação dos trabalhadores e a representação da empresa de forma altamente democrática e transparente.” 

O presidente do colegiado, Joaquim Lira, do PV, propôs a criação de uma frente parlamentar para acompanhar os desdobramentos junto à Compesa. 

Também participaram da reunião a deputada Dani Portela, do PSOL, e os deputados Luciano Duque, do Solidariedade; Edson Vieira e Romero Sales Filho, do União; Eriberto Filho e Jarbas Filho, do PSB; e Antônio Moraes e Jeferson Timóteo, do PP.

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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