MEU MALVADO FAVORITO

Coluna Semanal!

Começamos a semana esquecendo que queremos ser atletas olímpicos, deixando de ser comentaristas esportivos, para nos tornarmos analista políticos, capazes de atribuir juízo de valor nas pastas de saúde, segurança e educação, sem esquecer da infraestrutura, cultura e esportes, passando pelo meio ambiente e desenvolvimento agrário e comercial.

É engraçado como rapidamente nos esquecemos e mudamos de foco, desde que seja conveniente vestir a camisa e definir que será nosso malvado favorito da vez. Falo isso, porque a mais ou menos dois anos e meio, todo mundo olhava com apreensão a guerra da Ucrânia, se perguntando se o Brasil ingressaria na próxima guerra mundial.

O tempo passou, e começamos a esquecer desse conflito, logo depois do ataque terrorista do Hamás a Israel, quando a resposta israelense incitou a fúria dos árabes a se envolverem nessa situação. Enquanto isso, caminhamos para os 10 meses de conflito, fazendo de conta que está tudo bem.

Próxima sexta-feira, dia 16 de agosto, é quando começa a guerra brasileira. Os militantes são convocados a vestir a camisa, tocando jingles criativos e irritantes, enquanto são obrigados a criar laços afetivos intrauterinos nos próximos 50 dias, com pessoas que até então elas não davam se quer, um bom dia.

Para quem não foi convocado para essa guerra, resta a atualização dos feeds e stories para saber da próxima confusão política, mudando o nome de fuxico para Fake News, enquanto decidem se vão achar um grande absurdo, o que foi dito ou se vai ser necessário relativizar e passar um belo pano na história.

Nas cidades maiores, os debates já começaram, bastante acalorados, recheados de acusações e ilações para dar e vender, enquanto esquecem que o estão comprando é a confiança de uma população que tenta achar o menos pior dos disponíveis.

Apertos de mãos calorosos e tapinhas nas costas virou rotina, também no interior. Assim como na Capital, vamos deixando de lado a eficiência pública, juntamente com os resultados, porque o que tá valendo agora, é saber de que lado você vai se posicionar. Se um é vermelho, o outro é azul. De um lado a zebra, o outro o leão. Militância aguerrida, disposta a matar ou morrer, a grita e correr, abrindo mão de seus próprios valores, na esperança de garantir um favorzinho, um valorzinho ou um trabalhinho, num futuro bem próximo.

Eu sei que é difícil, mas precisamos nos despertar, mais do que um concurso de popularidade, tem muito mais pra gente se atentar. Quer questionar a situação? Pergunte o que foi feito, sobre os problemas na sua percepção. Na escola, chegou fardamento? Tem alimento? Chegou o transporte? E pelas ruas, tem calçamento? Chegou pavimento? Tem saneamento ou esgoto na rua? Para oposição, as perguntas precisam de respostas, acompanhadas do como. Como você pretende fazer? Apontar o que falta é fácil, mostrar como fazer é o grande desafio.

Bem sei que o caminho mais fácil, é espernear chamando o outro de ladrão ou nojento, enquanto grita dizendo, que o homem disparou ou que ela já ganhou, mas isso pouco importa. Pra quem não sabe, seu prefeito precisa ter um Plano de Governo. Também sei que pra muitos, ler é um desafio, mas procure antes saber, o que você defende, pra não ser você, o próximo minion, dessa campanha.

 

Author
Professor Tiago Machado

Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.

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