Coluna semanal de opinião!
Ultimamente ocorreram discussões acaloradas sobre um empréstimo para o município, além de emendas legislativas que deveriam ser direcionadas para a iluminação da cidade, mas não vai ser dessa vez que vou atribuir meu juízo de valor sobre essas questões, porque curiosamente, um enorme elefante marrom enlameado, se apresenta como um monumento de boas-vindas aos viajantes e residentes da cidade, que passam pela Rua Alberto Soares (1º acesso da BR 232 para a cidade de Salgueiro, sentido Leste-Oeste).
Confesso que não sei exatamente quando começou o problema, mas quando o buraco proveniente de um vazamento de água potável foi ganhando dimensões de cratera, comecei a me questionar até quando esse problema iria persistir, afinal, trata-se da água necessária para o abastecimento da população que se esvai, litro após litro pelas calçadas.
Semanas atrás, uma retroescavadeira iniciou o processo de manutenção, juntamente com uma equipe de cinco supervisores de obra com dois ou três auxiliares, que reviraram a terra, bombearam a água, e quando a chama da esperança de ver o problema solucionado começou a ganhar força, logo em seguida foi apagada com o desaparecimento da equipe, que deve ter sido redirecionada para atender outras demandas, enquanto possivelmente se aguarda a chegada de alguma peça, material ou equipamento específico, que deve vir de longe e ainda precisa passar por todo processo licitatório e suas burocracias correlatas.
Tudo leva a crer que a responsabilidade desta demanda é da COMPESA, a mesma que gerencia o abastecimento de água da cidade e região circunvizinha, contudo buscar culpados não sanará esta demanda, contudo, isso não isenta as lideranças políticas locais, de acompanharem e cobrarem a resolução deste imbróglio natalino que afeta não apenas a estética da região, mas também a segurança e o bem-estar da população local.
O desperdício de água potável por si só, deveria ter acionado uma resposta imediata dos envolvidos, especialmente em uma região onde o racionamento de água é uma constante que o sertanejo precisa conviver. No entanto, a apatia institucional é evidente, deixando os cidadãos desolados diante da inação governamental.
É como se um "elefante estivesse na sala", mas com o passar dos dias, a questão óbvia vai sendo ignorada por todos, enquanto a água que escorre dia após dia, vai aumentando a óbvia degradação estética, comprometendo a infraestrutura local de estradas e calçadas, colocando em risco pedestres e veículos que transitam pela área, potencializando o aumento os custos de reparo e a extensão dos impactos a longo prazo.
O descaso em lidar com a cratera na entrada da cidade não é um problema isolado, mas sim um reflexo da gestão pública vigente. A falta de planejamento, monitoramento inadequado da infraestrutura e a demora na resposta a emergências revelam uma lacuna preocupante na capacidade do poder público de lidar com demandas que precisam ser atendidas para garantir o bem-estar coletivo em questões de infraestrutura básica.
É imperativo que a população exija transparência, responsabilidade e ação imediata por parte das instituições governamentais, para que possamos restaurar não apenas a entrada de nossa cidade, mas também a confiança naqueles que estão encarregados de zelar por nosso bem comum. Ignorar o "elefante na sala" não é mais uma opção, pois já passou da hora de enfrentar questões como essa de frente e buscar soluções que beneficiem a todos.
Por fim, o meu palpite para solução inicialmente era até o Natal, quem sabe até o Ano Novo. Mas a verdade é que, se problema não afeta a vida ou os negócios de “Alguém”, não adianta “Ninguém” reclamar. É como me disseram algumas vezes: Salgueiro é assim mesmo, mas se isso fosse em Serra,,,
Professor da Universidade de Pernambuco – Campus Salgueiro
Analista da Economia Local (Salgueiro/PE)