Coluna Semanal!
Muita gente não sabe, mas dia 15 de julho é comemorado no Brasil, o Dia do Homem. Pensando nesta data, me lembrei da música de Frejat, que diz: "Homem não chora nem por dor, nem por amor [...] Lágrimas são água, caem do meu queixo e secam sem tocar o chão."
Para quem cresceu ouvindo que homem não chora, e tinha como grande paradigma uma irmã que me fazia chorar pelo simples fato de perguntar se eu já estava chorando, lidar com o mundo de hoje se tornou bem mais fácil, pois, expressar emoções e mostrar vulnerabilidade não diminui a masculinidade, só reforça nossa humanidade.
Mais cedo, me envolvi em uma confusão de WhatsApp, onde o riso e o deboche contra uma pessoa que é vista como repulsiva, é justificável, desde que não faça parte da nossa “tchurminha”. Só que muitas vezes esquecemos, que o estereótipo do homem inabalável é reforçado quando passamos a dizer os machos alfa, heteronormativos, podem ser assassinados.
Ver isso como algo engraçado é tão repulsivo e desumano, quanto aceitarmos que nossos amigos e irmãos sejam dizimados pelo simples fato de pensar diferente de nós. Pregamos tolerância aos nossos e desejamos a morte dos outros, enquanto esquecemos que não vivemos num mundo dual, mas num mundo plural, mesmo assim, não conseguimos ter o mínimo de tolerância com quem pensa diferente.
Num mundo onde queremos que tudo seja bom ou mau, preto ou branco, nossas escolhas mostram que vivemos uma vida muito mais nebulosas ou cinzentas, do que estamos dispostos a reconhecer. Mesmo sem jurisdição, nossos tribunais querem definir o que deve ou não, ser aprovado ou validado socialmente, só esquecemos que o antagonismo é necessário, para que possamos mostrar o que nos representa e o que defendemos.
Possivelmente, hoje os homens não receberão rosas vermelhas, tampouco as meias que já estão reservadas para os dias dos pais. Com alguma sorte, alguns receberão uns tapinhas nas costas ou memes no Instagram, agradecendo implicitamente pela sua amizade ou seu cuidado.
Celebrar o Dia do Homem não se tornou necessário, para se contrapor ao Dia Internacional da Mulher, muito menos para exaltar ou reforçar a história do patriarcado judaico-cristão, a mensagem que precisa ser reforçada é que todos precisam refletir sobre a importância do autocuidado e da aceitação da vulnerabilidade.
Homem fracassa, se frustra e chora. Muitas vezes vive uma vida de resiliência, sonhando com um futuro que talvez nunca chegue, enquanto isso, se preocupa, se importa, esquecendo muitas vezes de se cuidar. Se os homens que você convive, não protege, defende, acolhe e te apoia, a verdade é que ele ainda não aprendeu a ser homem. Aos homens, meus parabéns. Cuidem-se, pois o mundo precisa de uma sociedade onde os mais fracos e vulneráveis podem se sentir acolhidos e seguros.