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O fortalecimento da pesquisa na área de bioprospecção na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) ganhou um novo impulso. O projeto para a implantação do Centro Nordestino de Bioprospecção (Cenorbio) foi aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio da Chamada Pública Infraestrutura de Pesquisa Proinfra 2023 - Expansão.
A proposta, submetida pelo professor Jackson Guedes, do Colegiado de Farmácia (Cfarm), prevê a criação de um centro, onde serão realizadas pesquisas de constituintes químicos de plantas da biodiversidade brasileira, com foco especialmente nas espécies da Caatinga, e analisadas as atividades farmacológicas de extratos, óleos essenciais e moléculas isoladas, visando ao desenvolvimento de novos produtos. O projeto de implantação do Cenorbio teve o valor aprovado de aproximadamente R$ 7,05 milhões, que serão destinados à aquisição de equipamentos.
Esses estudos em bioprospecção, área dedicada à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos a partir de moléculas, organismos, genes e enzimas, entre outros, são realizados atualmente na Univasf por meio da Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos (Cafma) e do Laboratório de Farmacologia Experimental (Lafex), dois laboratórios vinculados ao Cfarm e coordenados, respectivamente, pelos professores Jackson Guedes e Fabrício Silva.
Com o Cenorbio, essas duas áreas de pesquisa e desenvolvimento de produtos farmacológicos na Univasf poderão atuar de maneira mais integrada, contribuindo para a realização de estudos mais avançados. “Será importante para que possamos trabalhar de maneira mais focada na descoberta de novos produtos, de novos medicamentos fitoterápicos, cosméticos e suplementos alimentares, e na produção de resultados inovadores nas pesquisas em bioprospecção”, afirma Guedes.
Além de potencializar os estudos na área, o Cenorbio funcionará como um laboratório multiusuário, que estará aberto ao desenvolvimento de projetos executados por outras instituições de ensino e pesquisa, ampliando as colaborações interinstitucionais e se configurando como uma referência em bioprospecção no interior do Nordeste e, em especial, no Vale do São Francisco. Guedes destaca que a Univasf faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Complexo Econômico Industrial da Saúde (iCEIS), coordenado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), bem como da Rede Impacta Bioeconomia, projeto financiado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), e, com a criação do Cenorbio, diversos estudos realizados em parceria com essas e outras instituições poderão ser feitos aqui na região.
O novo centro será instalado no Campus Sede, em Petrolina (PE), e contará com equipamentos de ponta nas áreas de farmacologia e química, entre os quais um sistema de imagem in vivo de microtomografia de ultra alta resolução para camundongos e ratos, leitora de microplaca multimodal com leituras de absorbância, fluorescência, luminescência e módulo de citometria, e um sistema de cromatografia líquida acoplada ao espectrômetro de massas. “O microtomógrafo, por exemplo, vai nos permitir fazer experimentos in vivo e com isso teremos grandes chances de lançar futuros produtos principalmente medicamentos fitoterápicos”, diz o pesquisador.
O professor Jackson Guedes ressalta ainda que o Cenorbio trará um grande avanço na qualidade das pesquisas realizadas nessa área na Univasf. “Ter esses equipamentos, que são os mais modernos na atualidade, aqui na nossa Universidade, no interior do Nordeste, é um grande privilégio, e fortalecerá a interiorização da pesquisa, da ciência, mas principalmente irá contribuir para a formação de recursos humanos em nível de graduação e pós-graduação. Vamos dar um salto de qualidade muito grande nas nossas pesquisas”, conclui.