Coluna Semanal!
Possivelmente, você já deve ter sido convidado para alguma reunião, com data e hora definidas, mas quando chega no horário programado, o organizador diz: Vamos esperar um pouco mais para começar, porque o pessoal é atrasado mesmo... Outra situação semelhante, é quando afirmam: Vamos marcar às 6:30, porque começa às 7:00.
Já parou para pensar que faz parte da nossa cultura favorecermos os não seguem as regras? Sempre é dada uma nova chance para quem não entregou no prazo, são oferecidos descontos de até 90% nos juros de quem não pagou na data certa. A falta de comprometimento é sempre tolerada, mostrando que PREMIAMOS OS INCOMPETENTES.
Atuando como docente de uma Universidade Pública, tempos atrás participei de algumas discussões, onde a temática orbitava sobre a falta de interesse dos alunos em participar das aulas, descumprimento dos prazos de entrega das atividades, combinados com a apatia para os estudos. As justificativas estavam associadas aos argumentos das desigualdades sociais, picos de ansiedade e depressão, que não podem ser negadas quanto a sua existência, mas a conclusão inegável é que a grande maioria não está interessada.
Vivemos em tempos onde tudo está à distância de um toque na tela do celular, sendo apresentada na velocidade do Wi-fi ou dos dados móveis. E quando as pessoas se deparam com situações que irão demorar mais do que vinte ou trinta segundos, elas simplesmente não se interessam. Assim, na tentativa de chamar a atenção, de buscar minimizar as perdas consequentes pela da falta de interesse, medidas paliativas são sugeridas como meio para buscar maior engajamento.
Com isso, entramos em um looping de querer entender, incluir e agregar quem quer nada ou muito pouco do que está sendo proposto. Assim, os interessados são presenteados com a espera pelos desinteressados, os comprometidos são afrontados com novos prazos para os que não tem compromisso algum, e diante desta confusão social nos perdemos por não conseguir diferenciar o certo do errado, o interesse do desprezo e a competência da mediocridade.
No dia em que começarmos as reuniões na hora, reprovarmos quem acha que sempre vai ter mais uma chance, e valorizarmos quem está valorizando o que tem valor, poderemos começar a sonhar com uma realidade pautada no compromisso, no esforço e na dedicação de quem quer fazer mais do que o mínimo para não ser mais um incompetente no meio da multidão.