Coluna Semanal!
Recordo de algumas lembranças associadas a timidez, outras vezes a insensatez, mostrando que o medo da rejeição, pode nos levar pela contramão, do que pede nosso coração. Assim, trilhei os caminhos de busca pela perfeição, fingindo que está tudo bem, mas na verdade, só queria estar, com alguém que aceitasse me amar, mesmo que sem ter nada pra dar.
Na gangorra do ser ou deixar de ser, as vezes queremos correr, outras vezes queremos morrer, na angústia de tudo o que queremos fazer, só pra ver se o outro vai querer, aceitar ou rejeitar, o que a gente tem pra dar. Só que nisso, o que importa, é o que deixei atrás da porta, com medo do vão achar.
Vivi aceitação e rejeição, experimentei compreensão e bajulação, mas o que a gente as vezes abre mão, não é dinheiro, nem paixão, mas a admiração de vivermos só um dia, cada momento vivenciado, que logo, logo é passado, daí vivemos angustiados, por algo que já foi ou vai chegar...
Já olhei com alegria, com tristeza ou simpatia, semblante fechado, olhar carregado, tudo junto, no mesmo dia. Dias longos, anos curtos, nos achamos e perdemos, mas no momento em que entendemos, que nosso olhar muda tudo. O mundo ganha outro sentido, se cuidamos do que não foi perdido, sem preocupação, do quanto vai durar.
Eu vi pobres milionários, ricos assalariados, e posso até me lamentar, das batalhas que tenho que travar, só que por outro lado, tenho a certeza, que essa jornada tem beleza, só basta a gente conseguir saber o que admirar.
Mais um ano se passou, outro já se levantou, só me resta agradecer, por tudo o que vivi e ainda vou viver, enquanto tento aprender, o que é melhor pra não sofrer. Mas o sofrimento é um bom professor, pois ensina que a dor, por maior que seja, é momentânea, e seu antídoto pode estar, com um amigo, um chegado, as vezes com a família do lado, para conseguir superar.
Vou ficando por aqui, aceitando o que está por vir, entendendo que a vida, é bem mais do que conquista, pois tem beleza em toda lida. Até mesmo as contradições, de uma realidade latente, mostrando que o nosso “eu” está sempre presente, nos caminhos a trilhar. Me perdi, me encontrei, mas o que vale nisso tudo, é que hoje, me aceitei.
Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.