A BELEZA E AS INQUIETAÇÕES HUMANAS

Essa é uma releitura do texto do Arilson Lopes, que me autorizou a postar na minha coluna semanal.

Nascemos no esplendor de um mundo em profusão de cores, texturas e formas. E nessa amálgama de percepções, nasce o conceito de beleza. E o belo, por mais que seja reconhecido, torna-se limitado, pois aplicado a concepção de diversos indivíduos, o que por vezes é tão belo, pode se tornar lugar comum, a depender da expectativa.

E assim, construímos uma armadilha para depois cairmos nela, acabamos julgando pela aparência, considerando as características, bem como os traços singulares. E de acordo nosso bel prazer, a beleza que estava no campo das ideias, torna-se comercial e tudo o que é belo, passa a ser um produto comercializado e disseminado pelo capitalismo institucional, garantindo alguns vinténs a quem olhou por bem...

Rupi Kaur certa vez afirmou que se você vê beleza aqui não significa que há beleza em mim, significa que há beleza enraizada tão fundo em você que é impossível não ver beleza em tudo. E assim, como afirmam que a beleza pode ser relativa, enxergar a beleza tornou-se uma alternativa.

Dos padrões de beleza, passando por corpos magérrimos, voluptuosos ou curvilíneos, tudo está em quem vê, quem percebe e sente, na esperança de entender, do que cada um carece em suas mentes. É belo e inefavelmente doloroso como tudo acontece dentro de nós. Somos seres complexos, por vezes expressivos, mediante a tanto intelecto, que não se limita ao estético.

Lutamos contra preconceitos, memórias, lembranças, que fazem parte de nós. As vezes plantadas tão fundo, que não entendemos se vem do eu ou passou a fazer parte de um nós. Identidade é um conjunto, que se cria, que se perde, se renova e se transforma. E nessa contradição velada, na incoerência encoberta, vemos o belo no que queremos como reflexo do que enxergamos em nós.

Podemos até pensar no perfeitamente belo, mas a beleza quase sempre está nas rachaduras e imperfeições de cada arte. E de rachaduras e sequelas, que se expressam no mundo exterior, mostramos os retratos de um mundo de amor. Um amor que além do carnal, das certezas e da moral, um amor que é real, para suportar, todo e qualquer temporal.

Author
Professor Tiago Machado

Tiago Silveira Machado, Eng. de Produção Mecânica, com Mestrado em Eng. de Produção e cursando doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Trabalhando como Professor da Universidade de Pernambuco - Campus Salgueiro.

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