Maio Cinza: Dor de cabeça pode ser sinal de tumor no cérebro

No mundo, são mais de 310 mil ocorrências anuais (2020).

Em 2025, são esperados 11.490 novos casos de câncer no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Desse total, 590 serão em Pernambuco, 8º Estado brasileiro e 2º no Nordeste com o maior número de casos. No mundo, são mais de 310 mil ocorrências anuais (2020).

A campanha Maio Cinza busca chamar a atenção para o diagnóstico precoce e tratamento correto desses tumores, benignos ou malignos (câncer propriamente dito). O neurocirurgião Igor Faquini, coordenador da especialidade do Hospital Pelópidas Silveira, chama a atenção para os principais sinais de alerta nos casos de tumores cerebrais, que podem ser confundidos com outras condições.

Faquini conta que há dois sintomas principais que podem sugerir um tumor cerebral: convulsões (crises epilépticas), presentes em 30% a 50% dos casos; e dores de cabeça (50% a 70% dos casos).

“Embora nem toda dor de cabeça seja sinal da presença de um tumor cerebral, certos padrões devem levantar suspeitas, especialmente quando associados a outros sinais neurológicos. As principais características dessa dor de cabeça são: início recente em adultos, piora pela manhã, evolução progressiva com aumento de intensidade e frequência, associada a sintomas e resistência a analgésicos comuns. Ela também pode estar associada a alguns sinais neurológicos, como perda de função motora, de função sensitiva ou alterações na fala, a depender da localização do tumor no cérebro”, pontua o neurocirurgião.

O diagnóstico vai depender da avaliação clínica, da história relatada e dos exames de neuroimagem complementares (tomografia e/ou ressonância magnética), sendo o tratamento rápido essencial. “O câncer de cérebro é uma doença muitas vezes incapacitante, agressiva, e a expectativa de vida do paciente é menor que na maior parte dos demais cânceres em outros locais no corpo. Precisamos trazer para o paciente nesse tempo de vida, ainda que não prolongado, qualidade de vida, oferecendo o tratamento correto, que é baseado em cirurgia, radioterapia e quimioterapia, não obrigatoriamente os três e nem obrigatoriamente nessa ordem”, destacou o coordenador da especialidade de neurocirurgia do Hospital Pelópidas Silveira.

No HPS, o paciente é tratado neurocirurgicamente e, sendo necessária uma quimioterapia ou radioterapia, encaminha-se para um serviço de referência em oncologia.

Casos: De acordo com a Associação Americana de Neurocirurgiões (AANS), o glioblastoma multiforme é responsável por quase 50% dos tumores malignos do cérebro e do sistema nervoso central. Agressivo e de crescimento rápido, tem uma baixa taxa de sobrevida: 40% de sobrevida no primeiro ano após o diagnóstico e 17% no segundo ano. O principal fator de risco é a exposição à radiação ionizante, além da predisposição genética.

O glioblastoma é um tumor cerebral primário, ou seja, se desenvolve diretamente no cérebro. Outro exemplo desse tipo é o meningioma, benigno e que se desenvolve nas meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal).

O neurocirurgião Igor Faquini diz que ainda há os tumores secundários, que são aqueles que se originam pela presença de algum câncer em outras partes do corpo (pulmões e mamas são os locais primários mais comuns) e depois se espalham para o cérebro, principalmente por meio da corrente sanguínea. São as chamadas metástases, sempre malignas em sua natureza e também responsáveis por uma grande parte dos casos.

Perfil: O Hospital Pelópidas Silveira (HPS) é uma das principais referências em neurocirurgia na rede estadual de saúde. A unidade conta com equipe de neurocirurgiões para a realização de procedimentos e acompanhamento na enfermaria com 30 leitos, além dos atendimentos ambulatoriais. Trata-se de patologia da coluna, tumores e outras condições graves que afetam o sistema nervoso. Nos primeiros quatro meses de 2025, foram realizadas 431 neurocirurgias na instituição.

Neste ano, a unidade adquiriu um novo escopo específico para qualificar os procedimentos. O instrumento, que gera imagens nítidas e ampliadas do campo de operação cirúrgica, fornece maior estabilidade e precisão no trabalho da neurocirurgião e mais segurança aos pacientes. O parâmetro custou cerca de R$ 750 mil e foi garantido a partir de aporte financeiro do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).

Além da neurocirurgia, o HPS é referência em cardiologia e neurologia. Localizada no Curado, Recife, a unidade é 100% SUS, faz parte da rede estadual de saúde e é administrada pela Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH). Todos os atendimentos são regulamentados e direcionados por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado, Samu ou Corpo de Bombeiros.

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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