Entrevista exclusiva!
Começa oficialmente, nesta segunda-feira (22), o nosso espaço de entrevista no blog. O objetivo é mostrar o trabalho que é realizado com sucesso no rádio de uma forma diferente. Hoje, a nossa primeira entrevistada é a Advogada, Professora e Escritora, Luiza Sobreira. Ela falará sobre o Livro de sua autoria: Em um relacionamento comigo mesma, que foi lançado recentemente.
Olá, Luiza! É um prazer poder conversar contigo aqui no blog do Thiago Lima. Vamos falar sobre o livro Em um relacionamento sério comigo mesma. Explica o que te motivou a escrevê-lo?
Primeiro, gostaria de te agradecer pelo convite, Thiago. É sempre um prazer poder falar com você. Escrever esse livro não estava nos meus planos no ano passado, na realidade, eu nunca tinha pensado em escrever livros com essa temática, muito menos em compartilhar uma história tão íntima. Tudo começou com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de isolamento social, que me fez organizar uma série de Lives no meu Instagram para falar sobre temas diversos. Em uma dessas Lives falei sobre um relacionamento abusivo que vivi há alguns anos e de que modo ele destruiu minha autoconfiança e amor próprio. Depois da Live, que foi uma das mais assistidas até hoje, muitas mulheres me procuraram para contar as suas histórias. Elas me relataram diversos abusos emocionais, físicos e até mesmo sexuais que viveram ao lado dos seus parceiros. Foi aí que percebi que muitas mulheres viviam diariamente, de forma silenciosa, o que eu vivi. Em razão disso, decidi romper o meu silêncio de anos e escrever sobre toda a experiência, falar de forma detalhada como foi essa relação abusiva. Quando terminei de escrever o que seria o primeiro capítulo do meu livro, eu já tinha decidido até mesmo o título dele: “Em um relacionamento sério comigo mesma: um manual sobre autocuidado).
Durante quanto tempo você conseguiu construir esse trabalho? Quais foram os principais desafios dele?
Escrever o livro foi relativamente rápido, pois eu não sabia que precisava escrever tudo o que escrevi até colocar no papel. Foram anos de sofrimentos, lutas, frustrações e superações que estavam pedindo, aos tropeções, para sair da minha mente e do meu coração. Então, cerca de dois dias depois da Live, eu sentei na frente do meu notebook e escrevi o primeiro capítulo. Nos dois dias subsequentes eu escrevi o segundo e o terceiro capítulo também. Todavia, foi nesse ponto que eu comecei a ter dúvidas sobre o processo de escrita, pois tudo o que eu estava colocando no papel era algo muito íntimo e envolvia outra pessoa, que era o meu ex-namorado. Passei alguns dias refletindo sobre tudo o que eu havia vivido, li e reli diversas vezes o que escrevi, tentando encontrar alguma confirmação de que eu estava no caminho certo, e terminei escrevendo o quarto capítulo. Depois disso percebi que a história havia se tornado quase que pesada demais para ser compartilhada, foi um contraste muito grande com o início, em que tudo saiu com muita facilidade. Conforme fui escrevendo constatei a imensidão de tudo o que vivi e a necessidade de ser absolutamente honesta comigo, o que nunca é um processo fácil. No entanto, mesmo sendo difícil, terminei de escrever o quinto e último capítulo e compartilhei o livro com quatro amigas, que leram ele e fizeram uma análise de tudo o que escrevi. Ao todo, demorei três semanas para escrever o livro, mas o processo de revisão durou entre três e quatro meses, porque eu precisei ter muita convicção de que o meu trabalho seria significativo para outras pessoas. Desse modo, o maior desafio que enfrentei foi o medo de falhar.
O Livro fala sobre essa situação que você passou no seu relacionamento. Qual é sua mensagem para que outras mulheres possam sair de relacionamentos que também são abusivos?
A principal mensagem do meu livro é que a mulher precisa desenvolver um relacionamento sério com ela mesma antes de se relacionar com qualquer outra pessoa. Ela precisa amar a si, conhecer as suas necessidades, entender os seus desejos e escolher, diariamente, ser a sua melhor versão. Entender isso, faz com que percebamos que não somos definidos pelas circunstâncias nem pelas pessoas que estão na nossa vida. Nós somos o que fazemos de nós mesmos. Desse modo, devemos procurar alguém que some a nossa trajetória, não que dê sentido a ela. Isso evita que a gente desenvolva a chamada dependência emocional, que é um dos fatores que possibilita que a mulher se torne vítima de violência e continue como vítima, isto é, não consiga sair de uma relação abusiva. Sendo assim, quanto mais as mulheres passarem por esse processo empoderador, de reconhecer o seu valor e a sua própria voz, mais elas conseguirão se libertar das relações tóxicas e abusivas.
Na sua obra você fala sobre o amor próprio. Qual é a importância dele e quais são os benefícios para quem o cultiva?
O amor próprio é o remédio para a maioria dos problemas que as mulheres enfrentam durante a sua vida, que são derivados, em sua maioria, da baixa autoestima. Quando uma mulher não consegue enxergar o seu próprio valor, ela tende a desenvolver comportamentos autodestrutivos, principalmente os que estão relacionados a questão da aparência. Se uma mulher pensa que não é bonita ou atraente o suficiente para estar namorando, por exemplo, ela tende a aceitar na sua vida qualquer pessoa que apareça, seja essa pessoa boa ou ruim, pois inconscientemente ela acredita que nunca vai encontrar uma pessoa diferente (que esteja interessada nela). Um outro fator que dificilmente as pessoas relacionam a falta de amor própria é o perfeccionismo, que surge, basicamente, da necessidade de autoafirmação da pessoa que o busca, geralmente as mulheres. Elas fazem isso porque sentem que precisam compensar de alguma forma o que as faz se sentirem incompletas e inferiores, como se a “perfeição” fosse capaz de provar o valor delas. Além disso, existem diversas outras questões relacionadas a falta de amor próprio que prejudicam diretamente a vida das mulheres, em especial a questão do abuso emocional, que apontei anteriormente. Quanto mais fragilizado e inexistente o amor próprio de uma mulher, mais ela vai estar suscetível a viver relações tóxicas. Então, é muito importante aprendermos a valorizar quem somos e o que é essencial nas nossas vidas.
Luiza, quero agradecer pela sua entrevista e por contribuir com informações ricas. Você pode falar quais são as formas de adquirir seu livro? Afinal, quem pôde ler essa entrevista está com curiosidade e quer mergulhar em cada página.
O meu livro pode ser adquirido tanto na versão digital quanto na versão física. O e-book está sendo vendido no site da Amazon (https://www.amazon.com.br/relacionamento-s%C3%A9rio-comigo-mesmo-autocuidado-ebook/dp/B08QMHV92N), podendo ser adquirido gratuitamente por quem é assinante do Kindle Unlimited. Já o livro físico poder ser adquirido diretamente comigo pelo Instagram ou no site do Clube dos Autores (https://clubedeautores.com.br/livro/em-um-relacionamento-serio-comigo-mesma).