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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela CNC com recorte local feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), revela que 80,4% das famílias recifenses estavam endividadas em julho de 2025. O resultado indica estabilidade em relação ao mês anterior (80,7%) e leve avanço na comparação com julho de 2024 (79,2%). Em termos absolutos, são 425 mil famílias com algum tipo de dívida, com destaque para o cartão de crédito, citado por 93,1% dos endividados.
Dentre os endividados, 24,9% relataram ter contas em atraso, o que representa aproximadamente 131 mil famílias. O número mostra crescimento frente ao mês anterior (23,7%) e queda em relação ao mesmo mês do ano anterior (27,4%). Já a parcela que declarou não ter condições de quitar as dívidas em atraso subiu de 12,4% em junho para 13,5% em julho, totalizando cerca de 71 mil famílias.
O comprometimento da renda com dívidas permanece concentrado entre 11% e 50% do orçamento familiar, com 64,5% dos entrevistados nessa faixa. A média de comprometimento atingiu 29,6% da renda familiar. Já o tempo de endividamento permanece elevado: 29% das famílias afirmam estar endividadas há mais de um ano, com média de 7,8 meses.
A pesquisa também indica que 41,9% das dívidas em atraso têm mais de 90 dias, e a média de dias em atraso é de 60 dias. Esse prolongamento na inadimplência tende a afetar negativamente o consumo das famílias no segundo semestre, especialmente em bens duráveis.
Para o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, o cenário requer atenção. “A pesquisa de endividamento e inadimplência é um instrumento que a Fecomércio disponibiliza para entender a dinâmica de consumo das famílias relacionadas ao crédito, monitorar o comprometimento da renda e a evolução das dívidas, além de oferecer subsídios para decisões no comércio e na formulação de políticas de apoio ao consumidor”, ressaltou.
De acordo com Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, o perfil do endividamento atual está concentrado nas classes de menor renda: “Entre os lares com rendimento de até dez salários mínimos, 81,5% estão endividados, sendo 33,4% com dívidas em atraso e 59,4% afirmam não ter condições de quitá-las. Isso mostra que o orçamento dessas famílias continua pressionado, mesmo diante dos avanços no mercado de trabalho, conforme indicam os dados mais recentes do Caged”, destacou.