O estágio aconteceu nos meses de maio e junho e as atividades foram desenvolvidas nos Laboratórios de Microbiologia, de Bioquímica e de Fisiologia, localizados no Campus Sede da Univasf, em Petrolina (PE).
A possibilidade de realizar pesquisas em laboratório e aprender mais sobre plantas medicinais despertou na estudante da Universidade de La Rochelle Sibylle Casse o desejo de fazer um estágio na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) antes de concluir o Bacharelado em Ciências da Saúde. A estudante francesa permaneceu dois meses na Univasf, onde desenvolveu diversas atividades junto ao Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (Neplame), coordenado pelo professor do Colegiado de Farmácia (Cfarm) Jackson Guedes. O intercâmbio ocorreu no âmbito do acordo de cooperação internacional estabelecido entre as duas instituições, que integram a Rede Franco-Brasileira de Produtos Naturais (Franco-Brazilian Network on Natural Products - FB2NP).
O estágio aconteceu nos meses de maio e junho e as atividades foram desenvolvidas nos Laboratórios de Microbiologia, de Bioquímica e de Fisiologia, localizados no Campus Sede da Univasf, em Petrolina (PE). Sibylle trabalhou com a espécie Jurema-preta (Mimosa tenuiflora), uma planta da caatinga que tem sido utilizada no tratamento de queimaduras, gastrite, úlceras da pele e inflamações. Durante os dois meses, ela estudou várias metodologias de estudo de plantas e aprendeu diferentes métodos de extração de princípios ativos, purificação e determinação estrutural, além de avaliação de atividade farmacológica de plantas medicinais.
Em sua passagem pela Univasf ela contou com o apoio da bióloga Márcia Marília de Souza Silva, doutoranda do Programa de Doutorado em Biotecnologia – Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), e da química Ágda Freire, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Univasf (PPGB), orientandas do professor Jackson Guedes. Ele destacou que Sibylle é a primeira estudante francesa a vir para a Univasf por meio das parcerias estabelecidas com instituições da França. O incentivo inicial veio do professor da Universidade de La Rochelle Laurent Picot, que já esteve na Univasf e com quem Guedes mantém parcerias de pesquisa na área de plantas medicinais.
A experiência da estudante, que pela primeira vez participou de um programa de mobilidade acadêmica internacional, foi muito positiva. “Na Univasf pude me concentrar em plantas medicinais e substâncias naturais. Aprendi muito sobre bioquímica, microbiologia e plantas medicinais. Na França, não trabalhamos muito com plantas medicinais. Então, foi muito interessante aprender sobre esse assunto e quero trabalhar nessa área na França”, contou Sibylle. Para ela, toda a experiência de vida e pesquisa na região foi muito enriquecedora.
O estágio e a pesquisa na Univasf também irão beneficiar a estudante na pós-graduação. Ela já foi aprovada para cursar mestrado na Faculdade de Farmácia da Universidade Paris Cité, e será orientada pela professora Sabrina Boutefnouchet. O curso tem início previsto para setembro.
Na bagagem, além do conhecimento científico adquirido, Sibylle vai levar muitas lembranças da cultura, da culinária e das amizades. Ela conheceu o São João de Petrolina, ouviu muita música brasileira e fez muitos amigos com quem se divertiu nos fins de semana e feriados em passeios pela região. “O São João foi uma grande coisa para mim, muita música, uma grande experiência. Vou me lembrar a vida inteira desses momentos”, disse Sibylle, que nasceu em Paris e cresceu no Sul da França. O tempo de estágio foi suficiente para aprender apenas algumas palavras em português, mas ela revelou que pretende estudar o idioma e, quem sabe, retornar no futuro para fazer doutorado sanduíche na Univasf.